quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Feriado de meio de semana em Olinda

coisas que você vê Olinda em um feriadão com eventos pontuais de música não-comercial nas igrejas do lugar:

* Filas gigantescas para pegar ingressos gratuitos 4 horas antes do show.
* Muita, muita gente, em pelo menos dois trechos onde não acontecia absolutamente nada
* Outro tanto de gente indo desse ponto, que não havia nada, para outro ponto que também não havia nada.
* No único palco aberto onde não se exigia ingresso, espaços para ver o show sentado no chão
* Democracia (ou algo parecido). Vi o show com um amigo e um mendigo do outro lado, reclamando que tinha um cara que entrou justamente na minha frente. Este cara é um vocalista de uma banda famosa

Olinda. Adoro esta cidade por não entender absolutamente nada de lá.
Já falei de Olinda aqui , aqui e aqui

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Diversão

- Hoje é pleno sábado e eu estou de plantão.
- Eita. E de que horas encerra o plantão?
- Às 19h. Mas vou chegar em casa, tomar um banho e sair com as amigas. Vida de solteira de novo agora...
- Ah é? Então fazes bem. É bom pra espairecer. Mas e aí? Vai pra balada?
- Não, vou tomar um sorvete com as amigas :D

~~~~

Pois é. Se divertindo sem ler o manual de instruções

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Psicologia de botequim

Ou, como resolver os problemas pessoais em um ato

De duas atendentes da loja de conveniência de um posto:
- E aquela cliente saiu daqui, muito estressada, reclamando
- Acho que ela tá carente, né?
- Deve tá precisando de uma 'piscicoga'
- Ah, não. O problema dela é sabe o que?
- O que?
- Cola. Vou lá dentro buscar cola de sapateiro pra ela cheirar, num instante fica boa.




sábado, 16 de julho de 2011

Câmbio

De um programa de viagens (Top 5 - fim de semana) da Discovery: Dublou o apresentador americano mas não o artesão brasileiro que estava sendo visitado em seu ateliê. Era o Artesão famoso da região:

- Wow. Quantas coisas bonitas você faz. Esta daqui, quanto custa?
- Essa é 50 Reais, em dollar eu...
- Você acha que 120 dólares paga?
- Bem (coçou a cabeça e pensou). Acho que sim..


E assim seguimos com o PIB crescendo

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Outro dia eu escrevi sobre a banalização do aplauso , que em aglomerações, o povo bate palmas por qualquer coisa, desde que seja induzido a isto.

Lembrei quando a introdução deste vídeo, antes de chamar o convidado. O baterista Miltinho chama Jô para fazer uma correção. Jô, pego desprevenido, tenta se sair com piadas sem graça e o povo ri. Já no final. Miltinho fala umas palavrinhas em Latim (Vox populi, vox Dei) , só pra fechar a frase que tinha dito.

O povo não entendeu, soltou um Ohhhhhhhhh e ainda aplaudiu.

Isso deixa clara uma coisa.Primeira coisa, conquiste sua plateia, seu ouvinte, o resto fica mais fácil. Com uma plateia "ganha". Jô eve todos os recursos pra sair estrategicamente pela esquerda



terça-feira, 12 de julho de 2011

Audições

Ando numa fase onde a parte musical está em alta.


Bem, talvez algo assim já tenha já tenha acontecido com você: um grande artista, que conheces relativamente bem (mas não é da sua panelinha de intocáveis) lança um álbum. Escutas a primeira, a segunda música e nenhuma delas "pega".

- Pô, acho que fulaninho errou a mão, as músicas tão meio (...)

Deleta, e vai pra outro disco.

Atualmente, com tantas opções e disponibilidade, perdeu-se um pouco o hábito de parar pra ouvir um disco e se "acostumar" com ele. Na época do início do CD, o raio de ação era basicamente os discos que você tinha, o que seus amigos poderiam emprestar e as fitas k7. Naquela época, quando eu comprava um álbum que eu não gostava tanto, eu "insistia" um pouco mais, para ver se aproveitava alguma daquelas músicas, já que era aquilo que eu tinha em mãos. Graças a isto, eu consegui não deixar escapar pelos dedos alguns clássicos que não me cativaram na primeira audição.

Que fique claro: o "acostumar" não era no sentido de tolerar, era de gostar mesmo. Às vezes, quando se tratava de uma sonoridade diferente, acontecia de ir buscar mais músicas naquele estilo e ampliava minhas opções. Hoje em dia eu tento resistir um pouco mais a ânsia de deletar e procurar outra coisa, mas reconheço que nem sempre é fácil com tanta coisa boa por aí pra ouvir.

Recentemente isso ia acontecendo comigo. Quase que o Fork in the Road, do Neil Young, escapa sorrateiramente de mim. Ouvi, não "pegou". Uma, duas, três vezes. Reconhecia a qualidade (ganhou até Grammy) , mas não tinha nenhuma música que me embalava. Até que surgiu a primeira música que eu saí cantarolando por aí, a segunda, a terceira.. Hoje, escuto este álbum e tenho a sensação que ele compôs tudo isso no banco de um conversível atravessando as estradas dos EUA com seu carro elétrico
Um rock puro e bem tocado. Percebi que sentia a falta disso assim que a ficha caiu.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Arte às Terças : Ambroglio Lorenzetti

Tenho lido um livro que ajuda os trolhas feito eu a entender alguma coisa de arte, então espero movimentar estas terças subsequentes.

Hoje eu vou comentar dois painéis do Ambroglio Lorenzetti, um italiano que viveu pelo século XIII XIV mais ou menos. Ele se apoiava em alegorias, representações de ideias usando formas humanas, animais ou de objetos.

O primeiro se chama "alegoria de um bom governo"




Este tipo de quadro dele é totalmente simbolista. Mas achei curioso ter uma legenda que "explica" o que é cada coisa. Não dá pra ler neste tamanho pequeno, mas é mais ou menos o seguinte
No "andar de cima", dos anjos: sabedoria na esquerda, fé caridade e esperança
No meio: Justiça na esquerda: Paz, fortaleza, prudência, bem comum, Magnanimidade, Temperança, justiça

Gostei da pose da paz, é a mais largada e a mais entediada na foto. Rebelde e entediada esta paz heim.

Abaixo, é a "alegoria de um mau governo"




Os "anjinhos" de cima representam a avareza, a soberba e a vanglória. Amarrada e triste embaixo, a justiça. Aliás, Sentimentos negativos para maus governantes não faltam né?

Para a nossa ideia de arte atual, a representação tão forte e até descrita "grita" em nosso rosto, o mau governo com cara de capeta mesmo não funcionaria. Mas como alegoria, para o contexto, ficou bem interessante. Essa imagem da justiça amarrada é bastante forte.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Alforria

Não sou muito chegado em postagens desta natureza, mas havia comentado com algumas pessoas que ia colocar um sumário do que foram estes últimos três meses pra mim.

Pra quem não sabe, eu sou doutorando (não médico, de quem faz doutorado). Os doutorados em geral têm uma etapa chamada "exame de qualificação", em que é avaliada sua condição de continuar no doutorado ou não. Para alguns doutorados, é uma mera formalidade. Um artigo enviado, uma pré-banca da tese, onde vai ser avaliado o andamento de sua tese.

No meu caso não, o doutorado é uma prova, ou "a" prova.

São 5 grandes temas escolhidos para a prova, cada tema desse é genérico o suficiente para conter uma disciplina inteira, mas a amplitude da prova permite cair qualquer coisa que envolva o tema. Destes 5 , um é sorteado numa sexta-feira para ser realizada a prova na segunda. 80% do que você estudou não vale nada no grande dia.
Em favor do doutorando, são 5 temas relativos às disciplinas obrigatórias no doutorado. Não há nada exatamente "novo", mas há disciplinas que foram pagas há bastante tempo, outras mudaram de professor e de abordagem dão uma embaralhada nas cartas.

O fato é que o assunto é imenso e essa postagem comenta algumas coisas que aconteceram neste nestes dois meses.
Afastei-me de alguns dos meus meios, notadamente aqui do blog. Não conseguia parar para escrever. Sempre que eu parava as atividades formais, tentava dispersar meu pensamento e escrever no blog sempre foi um exercício de concentração. O cérebro cansado não cooperava muito.

Isso não significa que eu não tinha o que escrever, muito pelo contrário. As impressões estão sempre aí. O fato de ter o que escrever mas não conseguir expressar me angustiava, como se eu tivesse querendo gritar sem um pingo de voz. Aliás, todas as minhas leituras não-acadêmicas ficaram encostadas. Lendo o dia todo, o dia todo, minha leitura universal pré sono rendia umas 5 ou 6 folhas.

Essa condição me deixou na situação curiosa. Apesar de estar estudando muito, de estar pondo muita coisa na cabeça, me sentia cada vez mais burro e limitado. Os conhecimentos de faculdade desta natureza engrandecem, mas dentro de um espectro limitado do que eu já tinha visto e do viés da minha área. Não li, não viajei (quem me conhece sabe da importância disso pra mim), não ouvi músicas novas. Via meu lado subjetivo escorrendo pro limbo. Estive perdendo um pouco a capacidade de transgredir, de reflexões mais profundas, de conseguir ler uma poesia, ter espírito para as coisas leves, gostos apurados. Embrutecia. Como pessoa, isso é muito mais valioso do que saber as condições de uso da função de Durbin-Watson ou as conceituações envolvendo cadeias de Markov.

Eu ganhei um vício mental, um forte argumento pra procrastinação. Frequentemente quando surgia algum problema, vinha na minha mente. "Depois da qualificação eu vejo". Eu não conseguia parar para resolver determinadas coisas, sentia como tempo perdido. Para piorar, eu estava atrasado comparado a todos os meus amigos de curso, isso aumentava a pressão. O ar condicionado do carro quebrou, o pneu parece que está com um prego, o meu violão desmontou, meu tênis tá apertando, o celular novo veio todo desconfigurado, músicas para tocar com os amigos, a cadeira tá desregulada,voltar a fazer cooper e a jogar poker , ajeitar o perfil do facebook, o passaporte, o computador precisando formatar, umas visitas que estou devendo, o quarto uma bagunça... Tudo isso só depois da qualificação.

Aliás, meu quarto está um caso a parte, meu birô tem tanto livro que não tá tendo nem espaço pra escrever, papel pra tudo que é lado. Tá parecendo o quarto do paulo Bruscky


tá vai, meu quarto vai continuar uma bagunça depois da qualificação

A proximidade e o volume de coisas pra estudar me fizeram tomar algumas atitudes mirabolantes em prol do meu estudo. Vi a final do campeonato estudando (tá, só no segundo tempo quando o boi já havia deitado), estudei várias madrugadas de sexta e de sábado. Carreguei resumos para ler enquanto dirigia. Em maio todo e nos 12 primeiros dias de junho, contem 2 dias que eu consegui dormir 8 horas. Saia às vezes à noite e quando voltava estudava. Estudei na fila dos correios. Estudei na emergência duas vezes quando minha mãe sofreu um acidente, abria lá o livro e lia enquanto esperava a vez dela na fila. Não vou me esquecer tão cedo da mulher que tava do meu lado "Cansei de olhar pra lá, vou ficar olhando aqui as matemática do menino" seguido de um monte de pergunta que ela não queria saber a resposta, mas julgava ser fundamental para socializar comigo.

Uma das razões para eu ter que me sujeitar ao ritmo intenso é que, concomitante a estas coisas todas, a vida acadêmica não parou. Dei aulas no estágio-docência, escrevi e traduzi dois artigos, analisei 6 projetos de pesquisa e preenchi a lista de requisitos, além de fazer a arguição sobre minhas impressões. Também tinha que ir três vezes por semana ao laboratório e estudar pra uma disciplina de "tópicos avançados" que tinha 6 alunos e 7 professores na sala para analisar um artigo avançado da área. Os alunos revesavam na apresentação do artigo, cada semana um e quem não fosse apresentar tinha que ler, estudar e opinar do mesmo jeito.
Além disso tudo, um pesquisador internacional veio ao departamento e fez algumas sessões extras com alguns professores, que contaram com alguns alunos para apresentar temas para discussão pra ele. E quem foi convocado para apresentar "alguma coisa para discutir" toda em inglês para o pesquisador e depois apresentar espremendo o inglês?

Não sendo suficiente, ainda tratava de acalmar uns amigos mais nervosos. Via telefone, e-mail, msn, tentava ajudar como fosse . Às vezes, estava estudando algo completamente diferente e parava pra tentar dar uma força a outra pessoa que estivesse com problemas. Isso acabou gerando situações inusitadas. Dois dias antes de sortear um ponto, 23:45, liga um amigo pra mim com uma voz meio pesada:

- Olha, viste a fórmula tal, mas com três variáveis? ela é assim..."
e começou a dizer uma fórmula completamente maluca, que não tinha fim. Respondi
- Isso existe?
- Existe pô. O professor deu em sala de aula e eu tenho certeza que vai cair.
- Certeza?
- É pô, ele falou, vê aí se tu encontra...

Desliguei o telefone e fui procurar a tal fórmula de três variáveis na madrugada. De fato, não existia. Depois eu descobri que ele tinha tomado remédio pra dormir e já tava meio "drogado" nesta hora

Pra dificultar, descobri dois dias antes do sorteio que um dos temas tinha umas 150 páginas que eu não tinha estudado. Preferi não entrar na pilha de ter que estudar em cima da hora (estudar e revisar tem duas conotações bem diferentes nestas horas). Claro, pela lei de Murphy, este tema tinha 99% de chance de ser sorteado e assim foi.
Estudei o sábado inteiro, estudei o domingo inteiro até 1:30 da manhã.

A prova foi agora pela manhã e acho que foi razoável, hoje foi minha alforria!

Foram tempos muito movimentados, estou exausto, mais gordo, mais branco e com mais olheiras, tava num processo de ursopandização. Apesar de tudo que me custou, fico feliz e ter chegado até aqui, de ter avançado significativamente, de ter construído coisas como a a confiança da minha orientadora no caso do pesquisador estrangeiro. Pude ver como me comporto em situações como essa de grandes objetivos e muito esforço pessoal, numa época que premia a malandragem.

Mas a guerra ainda não acabou, descansar um pouco e voltar pra batalha.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Arte às terças - Arte patrocinada

* Vou postar aqui algumas coisas que eu ache bacana de se dividir ou queira registrar pra me lembrar no futuro. Longe de mim ser especialista na área, sou apenas um empolgado aprendiz :D

---

A ligação entre arte e o dinheiro é segue uma luta de ideais até hoje. Por um lado, o purismo de fazer uma arte totalmente isenta, não "se vender" para fazer a sua representação de mundo. Por outro lado, quem reconheça que o trabalho do artista também mereça ser reconhecido financeiramente e que vender sua capacidade artística não é nada mais do que um meio de vida.

Meu tio artista me mostrou uma vez uma série de quadro de peixes. Eram de traços rudimentares, de cores primárias, bacana para decoração. Ele falou "Tá vendo este artista? Pinta muito bem, tem quadros lindos, mas tem que fazer destes quadros merda aí pra ganhar dinheiro". Ele não recriminou, colocou o artista como vítima da circunstância.

A intenção não é aprofundar nisso, mas mostrar dois casos filmagens patrocinadas que teriam mais dificuldade de sair do papel se não fosse a iniciativa privada. Elas têm a capacidade de passar as sensações da ação que representa, que é uma das coisas mais legais que a arte pode proporcionar.



O primeiro brinca com o a ideia de voar, que passou de geração em geração na humanidade. Fora a sensação de "vai bateeer, sai daí" que os base jumpers dão passando tão perto e tão veloz pelas pedras. O patrocínio é da Red Bull, cuja marca aparece sutilmente em alguns trechos deste vídeo.




O seguinte é de uma leveza incrível. As imagens, o uso do preto com o azul, as tomadas do mergulho na imensidão são muito lindas. O patrocínio da Sony Ericsson, na minha opinião, é um pouco mais "agressivo". Quando ele saiu do buraco e focou na roupa o "sony Ericsson" bem grande, eu, que estava abstaindo, lembrei logo do meu celular defeituoso. O pior é que nem é uma marca associada a esportes de aventura, como a Red Bull na anterior

Em casos como este, é melhor que não haja evidências de marca. Porém, é melhor que haja e se faça vídeos legais assim do que não tê-los

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Versos de Quarta - Fernando Pessoa

Ainda no processo de reduzir a abrangência da minha ignorância eu parei pra ler um livro de antologia poética de Fernando Pessoa. Já havia lido anteriormente, mas de maneira quase aleatória.
Deu pra perceber melhor a visão geral dele, a diferença entre os pseudônimos adotados (não havia lido sobre o Ricardo Reis) e a coerência da forma da escrita com a formação de cada um.
Peguei um trecho de um poema que não é das consagradas pra ilustrar a postagem. É de Alberto Caeiro, o simples pastor de ovelhas e dá pra perceber um pouco desta simplicidade na estruturação do pensamento dele

Trecho de Opiário

(...) Eu acho que não vale a pena ter
Ido ao Oriente e visto a índia e a China.
A terra é semelhante e pequenina
E há só uma maneira de viver.
Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio "

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Registros do carnaval II

Agora, deixo aqui 5 fotos mais descontraídas

Uma destas figuras da foto não é boneco gigante, adivinhe qual é

Nem as estátuas escapam em época de carnaval

Se pedisse pra mulher fazer o que fez de propósito, não sairia igual

Michael Jackson (??) e trigêmeos da Skol


Sabe aquela alegria do folião quando vê uma câmera e sabe que está ao vivo? Nada melhor do que uma mãozinha







sábado, 16 de abril de 2011

Registros do carnaval - 1

Já passou mais de um mês do carnaval, mas como eu não tive tempo de parar para fazer umas postagens relacionadas, vai agora mesmo.
Vou fazer dois registros fotográficos.
O primeiro tem um teor mais cultural, serve para dar uma dimensão do que é o carnaval pernambucano para as pessoas de fora. Consegui tirar umas fotos de algumas manifestações típicas que desfilam por aqui nos dias de carnaval.
Ah, contrariando o que foi dito nesta postagem daqui, não gastei um centavo pra ver isso, além da passagem de ida e volta :P

Troça carnavalesca

Bloco de frevo-canção

Bonecos gigantes

La Ursa improvisada

Maracatu de baque virado


Caboclo de lança do Maracatu de Baque solto

Caiaporas de pesqueira

Dançarinos de Frevo com a sombrinha típica



terça-feira, 5 de abril de 2011

Biografia

Nas minhas andaças por aí, olha que surpresa eu encontrei.
Minha Biografia em literatura de cordel :D

pense num presentinho que não custou nada mas que valeu muito :D

sábado, 2 de abril de 2011

Haikai dos sábados

Juras de amor na praia
Mar com ciúme
Corações apagados

quarta-feira, 30 de março de 2011

Versos de quarta - Solano Trindade

Solano Trindade é um poeta pernambucano que faz parte do circuito dos poetas. Negro, fez várias poesias sobre as injustiças sociais sobre as questões relacionadas. Também tem uma parcela de poesia com um interessante cunho social, entre outros.

Abaixo uma poesia muito bacana dele. Que tal uma grava colorida, Solano?

GRAVATA COLORIDA

Quando eu tiver bastante pão
para meus filhos
para minha amada
pros meus amigos
e pros meus vizinhos
quando eu tiver
livros para ler
então eu comprarei
uma gravata colorida
larga
bonita
e darei um laço perfeito
e ficarei mostrando
a minha gravata colorida
a todos os que gostam
de gente engravatada...

sábado, 26 de março de 2011

Haikai de sábado

Abraço.
Se o espaço é escasso
Não desfaço

segunda-feira, 21 de março de 2011

Liberdade e imaginação

Complementando a postagem anterior. Uma coisa bacana no mundo das artes é uma "ampliação" do espaço da liberdade. O artista é capaz de mudar algumas regras evidente pra gente e inovar pela sua imaginação.

Um dos caras que eu vejo com esta ótica é o surrealista Marc Chagall. Utilizando bem o seu movimento artístico, Chagall se soltou de algumas amarras e produziu quadros muito bonitos. Gente voando, cores diferentes, fantasia misturado com realidade são uma constante no trabalho do cidadão. Alguns quadros estão abaixo a mostra.


Lovers flying






The promenade









Eu e a aldeia

sexta-feira, 11 de março de 2011

O carnaval não é só isso

Todos vocês já devem ter visto o comentário da jornalista Rachel Sheherazade atacando o carnaval. A transcrição do texto está aqui

Já foi falado, já repercutiu bastante, mas eu não vi nenhuma reposta que colocasse determinados limites no comentário. Vejo uma louvação tremenda. Vou registrar aqui alguns contrapontos que os olhos parciais não consideram.

1. O carnaval pode não ter origem brasileira, mas o carnaval brasileiro é sim genuíno. Se a gente regride as coisas, o que foi inspirado no que, vamos voltar muito além. Além do mais, quem se importa da origem?

2. Sei que no Rio de Janeiro tem blocos de rua enormes. No Recife é cheio de atrações gratuitas. O galo da Madrugada, que arrasta 1,7 milhões de pessoas, deve ter no máximo uns 5% de pessoas de camarotes. Neste panorama, é uma festa popular sim. Foi uma generalização infeliz do carnaval.
E vamos parar com esse negócio de que é feio ganhar dinheiro.

3. Concordo que há músicas ruins, mas em Recife/Olinda temos frevos-canção lindos. Por sinal, o frevo tradicional se apresenta na Europa em festivais de Jazz. O samba tradicional do rio não pode ser considerado uma música pobre também. Mais uma generalização que incomoda

4. Hoje em dia, o que se faz em favor do povo é rotulado de política de pão-e-circo. Apontar de maneira hipócrita "onde estão os policiais" e "onde estão as ambulâncias" na diversão da massa que não pode se defender é fácil, até porque não mexe com os prazeres pessoais dela.
Os prazeres da vida são racionais e "inutensílicos", como diria Leminski. Se formos racionalizar tudo, não vamos por o pé fora de casa.

5. Esta parte da crítica quanto ao giro de dinheiro no carnaval é muito pobre, convenhamos. A própria João Pessoa tem um fluxo de turistas muito forte. Os informais faturam SIM no carnaval, tanto que lotam as ruas vendendo seus itens. Isso não resolve o problema social deles e etc, mas os ajudam.

6. Culpar o carnaval por acidentes de embriagados e por gravidez indesejada é colocar o carro na frente dos bois. Se alguém bebe e dirige em festa, faz isso sendo carnaval ou não. O mesmo quem se descuida dos métodos contraceptivos.

7. O carnaval foi bom nos tempos de outrora? É bom dar uma lida aqui antes de bater o pé nesta opinião. Outrora também tinha seus problemas, mas são mais fáceis de esquecer.

---

Até concordo que o comentário dela possa exibir algumas realidades e induzir reflexões importantes, mas discordo totalmente da forma ampla e generalista que foi feito. Olhe que eu nem sou chegado em carnaval. Sempre que posso eu viajo pra outros cantos, mas acho importante marcar opinião

sábado, 5 de março de 2011

Haikai dos sábados

Nem todo dia

Meio-dia chuvoso
A praia vazia
Fechou para almoço

quarta-feira, 2 de março de 2011

Poesia de quarta - Emily Dickinson

Eu costumo dizer que a manhã, pra mim, representa vida. É quando as praias estão lotadas, as crianças correm por aí, as familias vão às ruas e se expõem, normalmente felizes como propaganda de margarina.

Vou deixar um pequeno verso sobre a manhã, escrito pela Emily Dickinson, poetiza americana que se manteve reservada durante a vida, só ficando famosa depois que partiu.

"Morning"—means "Milking"—to the Farmer—
Dawn—to the Teneriffe—
Dice—to the Maid—
Morning means just Risk—to the Lover—
Just revelation—to the Beloved—

Tradução de Ivo Bender

Manhã - significa ordenha - para o fazendeiro
Alvorecer - Para o Tenerife
Picar verdura - Para a cunhada
Manhã significa tão-só risco - para o amante
E apenas revelação - para a bem amada

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Princípios de quem não tem princípios

Uma conversa com o mecânico, enquanto ele trabalhava.

Inicia com o mecânico apontando com o queixo para uma loira que passava do outro lado:
- Olha só.
- Hã?
- Aquela loira ali.
- Ah, sim sim. Tinha visto ela na outra sala.
- Gostosa né. Essa calça jeans
- Pois é, ela tá bem. Deve ouvir um monte na rua do povo soltando gracinha.
- Pois isso é uma coisa que eu não faço!

Me surpreendo como ele foi enfático, prossigo.

- Soltar gracinha pra mulher?
- Sim. Aí vem o marido atrás, puxa o braço e "dá-le". Ele vai ter razão. Aqui mesmo teve um caso destes. O marido meteu a mão na cara do rapaz e quando ele foi revidar, puxou a arma.
- Eita. Assim é fácil ser corajoso.
- Olhe rapaz, vou te dizer uma coisa. Se a mulher do meu irmão quiser me dar, eu como. Se mihna irmã quiser me dar. Eu como. Quando eu era mais jovem mesmo eu comi a mulher do pastor, ela tava querendo. Se elas querem dar, eu como. Mas não falo de ninguém na rua! Não falo não, de jeito nenhum.
[ahh tá, claro..]
- Mas isso não pode dar confusão não?
- Poder pode. Mas se elas quiserem dar, eu como. Outra coisa. Eu não falo nada, mas olho! Olho mesmo, se passar aqui na frente eu "fico com as butuca de oio assim ó".
- Mas isso não vai ofender com quem fala não?
- Ofender o que? Que nada. Se veste daquele jeito porque quer. Olho mesmo. E se vier reclamar eu não tenho medo não. Pode ser aqueles 'grandão' de desenho animado. Eu não tenho medo de nada neste mundo, só de uma coisa. Do castigo divino.


Então vamo resumir:
Comentários cretinos na rua para mulher é uma invasão mas olhar descaradamente é um direito garantido seu.
Pegar a cunhada e a própria irmã é lícito, ainda que proibido pela igreja, só que a única coisa que se tem a temer é o castigo divino.
Tá ferrado o homem




sábado, 19 de fevereiro de 2011

Janis

Vou registrar aqui três citações bacanas dela:

"Quando canto é como se eu estivesse tendo uma relação sexual com toda a plateia: o problema é que quando a música acaba, eu volto sozinha para o camarim"

"O blues do negro é sempre baseado na falta de: Estou triste porque não tenho mulher, não tenho dinheiro, nao tenho isso ou aquilo. E não é o que está faltando que faz você infeliz, mas o desejo específico por alguma coisa que não pode conseguir. Não é o não ter, é o querer. O que você gotaria que fosse é o que te torna infeliz; que traz o vácuo e o vazio. Por isso eu bebo"

"O que faço, só interessa a mim, mas acho que o público gosta de ver seus ídolos sofrendo. Especialmente cantores de blues. Eu digo que não vou dar este gostinho a ninguém. Estou aqui para me divertir e vou fazer o máximo para curtir a vida ao máximo"

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

História

Ah, a história!
Todos nós estudamos nos primórdios da educação como a história é bonita. Nas séries mais avançadas, aprendemos como tudo isso era mentira. Descobrimos que a história do mundo foi feita em cima de muito ódio, ambição, mercantilismo e mais um monte de interesses pouco nobres.
Ao lermos alguns textos que relatam coisas do passado, ficamos vulneráveis a parcialidade do autor. Às vezes, não temos elementos fundamentais para compreender o contexto de determinadas ações, como o sentido de cada ação, o cenário, os pontos de vista, as contradições, entre outros. Facinho me vem em mente uns 4 exemplos de histórias tendenciosas por falta de informação.
Anarquista que sou, me divirto quando a metodologia fria dos que se propõem a contar escondem alguma razões interessantes por baixo do pano, dando uma outra dimensão para a questão.

Estes dias eu li uma pseudobiografia de Janis Joplin. Ela marcou época no fim da decada de 60 com uma voz surpreendente (dita voz de cantora negra em uma branca) e uma postura atípica para os padrões da época. Janis bebia e se drogava bastante, se proclamava Hippie e se vestia como tal. Achei curiosa a descrição da própria sobre uma passagem da vida dela, que mudou o contexto do que eu sabia até então

Evento: Janis havia voltado pra sua cidade Natal, Port Arthur, para tentar se livrar das drogas. Um ano depois ela voltou para São Francisco

Wikipedia

Depois de retornar a Port Arthur para se recuperar, ela voltou para San Francisco em 1966, onde suas influências do blues a aproximaram do grupo Big Brother & The Holding Company, que estava ganhando algum destaque entre a nascente comunidade hippie em Haight-Ashbury

Janis, descrevendo a situação
A maneira que eu entrei no grupo foi engraçada, porque eu não transava há um ano, cara, com quem eu iria transar em Port Arthur? (...) Estava me esforçando na faculdade, como minha mãe queria e chegou um rapaz, velho amigo meu... um gato que eu costumava transar(...) Estava na casa de outras pessoas, e estava sentada lá quando esse gato veio e tomou conta de mim, ele simplesmente se apossou de mim, me atirou numa cama, uau, baby! Ele trepou comigo a noite inteira até esgotar minha energia. No outro dia me entreguei
- Oi
- E aí? Vá pegar suas roupas, acho que vamos para a Califórnia.
Percebi que tinha entrado nesse negócio de rock por um cara que trepava tão bem. Depois que cheguei e comecei a cantar, gostei de verdade. (...)
Soube depois que o empresário da banda mandou aquele gato ir em Port Arthur para me convencer a entrar na banda, ele sabia como eu cantava


Indispensável registrar o fator humano e lembrar que o povo no passado tinha suas razões humanas para tomar as decisões

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Chaves

Lanchonete Subway, 23h50min de uma Sexta-feira. Procurava o sanduíche do dia no cartaz.

- Ah, presunto não. O cara sair de casa pra vir aqui na subway comer sanduíche de presunto? É o sanduíche do Chaves! E ainda tem gente que compra, e ... ( outras e outras pragas..)

Então um homem na minha frente, se vira e olha fuzilando. Baixo o tom das críticas, mas mantenho o "eu não comeria"

Chega a vez do homem e ele pede "um de presunto, do grande e o atendente ouve as instruções, monta o sanduíche, faz tudo direitinho.

Chega a hora de pagar e eu ouço o diálogo
- Senhor, custa X.
- Acho que há um engano, este sanduíche é o da promoção, custa Y
- Não senhor. Passamos de meia-noite, o sanduíche agora é o de peito de peru.

Tenho certeza que este homem qd encostou a cabeça no travesseiro ouviu um eco
"Sanduíche do Chaves ... Sanduíche do Chaves ... Sanduíche do Chaves"

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Das fotos que não tirei

Era um show de rock. Mais do que isso, era um show de punk Rock.
Seguia toda aquela desordem típica deste tipo de show, se formou uma roda de pogo pra o pessoal dançar e tudo mais. Mas havia uma figurinha excêntrica lá no meio. Um dos fãs da banda estava lá de terno e gravata, no meio da confusão. Ele lembrava um pastor, flanelinha de cinema ou qualquer coisa assim. A roupa formal dele se destacava no meio dos seus iguais.
Só de imaginar a cena, provavelmente já deve passar pela mente de cada um uma boa foto. Na minha, pude ver um lance que ficou especial.
Eu subi num banco de rua que me deixou num plano mais alto do que o povo, meio numa diagonal. De lá, ficava um nível acima da massa. Em determinada música. O moço de terno e gravata subiu nas costas do outro, ficou de costas pro palco (mas alinhado com o vocalista) e movimentava os braços entusiasmado como quem estivesse regendo (ou pregando) aquela massa.
A cena seria essa então, um nível um pouco acima do palco, na diagonal, o povo pulando em êxtase, o vocalista berrando qualquer coisa e logo abaixo, na altura do joelho do vocalista, o moço empolgado.

Ai ai, que falta faz uma câmera nestas horas. Sempre escrevo nessa tag com uma dor no coração :D

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Versos de quarta - Cíntia Moraes

Nem vá buscar no google quem é. É uma amiga minha que também tem um blog, o asneiras aleatórias .
Bonitinho e rapidinho. Quem tem insônia, como eu, se identifica rapidinho

deito
levanto

deito
levanto

deito levanto

e

pra amanhecer

falta tanto

sábado, 1 de janeiro de 2011

Feliz 2011

O ano começa em paz. Cheio de fraternidade e sorrisos sinceros



Feliz ano bobo pra vocês

Tirado daqui