sábado, 25 de abril de 2009

Banalização do aplauso

Tava vendo agora o altas horas, lá estava Rogéria, o travesti.
Serginho Groisman perguntou a ela alguma coisa na transição Astolfo-Rogéria. Ela respondeu:

"Ah. Eu não tive problemas. Também se aparece algo, eu sou gêmeos ascendente em leão. Resolvo logo na porrada!"

Algo de louvável nesta frase? Achei até incoerente. Porém, o público do altas horas aplaudiu forte.

Um outro exemplo que eu cito de vez em quando é o do pôr-do-sol do jacaré, famoso na Paraíba. Eu até gravei um vídeo



Tudo muito lindo, muito bacana. Mas bem. O sol se põe e as pessoas aplaudem por que? Eu entendo o aplauso neste sentido como uma manifestação de aprovação para a parte que se expõe. Salvo casos de crenças, referências ao sol, não faz muito sentido.



Imagino o tédio de se mostar para um público desqualificado. Benditas exceções. Por isso eu adorava minhas aulinhas "arranca-toco" na Faculdade. Sempre saía de lá achando que tinha ganho algo.

ps2 Público ruim me lembra o festival de jazz do Recife

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Levando ao pé da letra:

Para os designers, o céu à noite não é preto, é azul (daqui)
Para os turismólogos, a pessoa que conduz o visitante não é guia turístico, mas guia de turismo
Para os psicólogos, afeto não pode ser tomado como sinônimo de carinho
Para contadores, custo, despesa, desembolso e gasto são distintos e bem definidos.
Para administradores. Se você diz que algo tem qualidade ele pode não entender que é bom
Para quem tá na área de saúde, sinal e sintoma não são sinônimos.

Maldito senso comum.
ps: eu jurava que já tinha postado isso, vou tentar lembrar de mais para adicionar

sábado, 4 de abril de 2009

Existencialismo

Em minhas mãos, por exemplo, há algo de novo, uma determinada maneira desegurar meu cachimbo ou meu garfo. Ou então é o garfo que tem agora uma determinada maneira de ser segurado, não sei. Ainda há pouco, quando ia entrando em meu quarto, parei de repente porque sentia me minha mão um objeto frio que retinha minha atenção através de uma espécie de personalidade. Abri a mão, olhei: estava segurando apenas o trinco da porta.

Antonie Rouquetin, em "A Náusea"

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Uns mais iguais que os outros

Estou só, em meio a essas vozes alegres e sensatas. Todos esses sujeitos passam seu tempo se explicando, reconhecendo com satisfação que têm as mesmas opiniões. Deus meu, que importância dão a pensar todos juntos as mesmas coisas?

Antonie Rouquetin

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Maiden! Maiden! Maiden!


Foto do jc

* Showzão. Comoo o cara do acerto de contas comentou. Sem dúvida tá entre os 10 maiores shows

* Alguns sabem do comentário que faço sobre nome de bandas em inglês e sua estranheza qd se traduz . Ou soaria bem uma banda nacional que se chamasse 'as portas', ou 'insetos', 'pedras rolando'? Também sei do contexto do nome Iron Maiden.
Mas, por outra ótica. Um bando de marmanjo cabeludo de preto, às vezes ainda colegial, gritando em coro uníssono "Virgem,Virgem,Virgem,Virgem"? Ê laiá..

* Queria também destacar a capa fake do show do maiden que rolou pela internet, aqui

* Como bom metaleiro que não sou, não fui de preto, nem de caça comprida nem de tenis. Fui de vermelho pra virar referência do tipo "tou do lado do cara de vermelho". Mas chegando lá tive a sensação que vermelho é a segunda cor dos caras.

* Vi um rapaz pulando o muro, os seguranças viram e tentaram segurar ele, que se livrou dos caras com a destreza de um craque do futebol. Acabou sendo pego depois por um segurança mais esperto.

* O metaleiro é uma figura muito característica. Vai pra o show pelo som mesmo, fica pulando ou flexiona o joelho e fica batendo cabeça, normalmente de preto e com os cabelos longos. Show de metal é a tranquilidade em pessoa. Todo esbarrão, pisão no pé, que eu levava antes do show, a pessoa se virava pra pedir desculpas. E olhe que tinha 20 mil pessoas lá.

* As camisas pretas, das mais diversas bandas estavam lá lotando a areana. Tinham algumas bem legais, mas em algumas se imprime qualquer coisa e tenta vender, é impressionante. Vi desde o nome do show quase ilegível, impressão torta do "eu fui" (e não era intencional) entre outros. O que importa é ser preto e fazer referência ao iron ou a sua banda favorita.

* Agora na hora do show, da cartase do momento, eu levantei os braços e pulei , pulei como nunca. O que tava sobrando de pisão e cotovelada de empolgação na hora não era pouco.

* Ao meu lado tinha um metaleiro mega empolgado com aquelas pulseiras cheias de espetos. Fui o show todo espetado sem intenção. Hoje mesmo eu vou tomar minha vacina anti-tetânica.

* Uma coisa curiosíssima no final do show. Na saída, todo mundo andando devagar, um maluco foi puxar um famoso grito de guerra do Sport Recife, maior time daqui. Conseguiu uns tímidos adeptos, vindo em seguida uma senhora vaia. Em qualquer outro show musiccal de outro estilo, este grito ganharia força. Mas lá a maior torcida era pro Maiden

* Por falar em time, tinha um maluco com a bandeira do náutico que ficou na linha da filmagem frontal. Toda vez que a câmera da torre de iluminação focalizava de frente, o cara colocava a bandeira na frente da câmera. Será que ele achava isso realmente bonito?

* E tinha que ter um pra fazer a piada padrão. Na parada de ônibus, passou um cara de kombi que baixou o vidro e perguntou "quem morreu? tá todo mundo de preto, quem morreu?". Também tinha aquela galera que transporta um trio elétrico na mala do carro que andava devagar escutando o melhor (?!) do brega

* Acabei pagando o pato. Fui com duas pessoas que adoravam metal. Eu moro a mais ou menos 4 km de onde teve o show. De taxi daria menos que 6 reais, para dividir entre três pessoas, seria melhor que voltar de ônibus. Tinha bastante no sentido que chegava na área do show. Mas não dava pra argumentar com quem vinha anestesiado pelo "show da sua vida". O diálogo era algo como.
Zé:
-Vamo de táxi. A gente pega ali
- Vamo. Agora, aquele solo em The trooper foi muito foda

(..)
- Pô, vocês vão pra onde?
- Vamo pegar ônibus ali.
- Mas a gente não ia pegar um Táxi?
- A gente pega. Põ, eu me arrepiei qd o Eddie entrou no palco
(...)
nesta de conversar com gente nas nuvens, andei uma hora até em casa