quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

História

Ah, a história!
Todos nós estudamos nos primórdios da educação como a história é bonita. Nas séries mais avançadas, aprendemos como tudo isso era mentira. Descobrimos que a história do mundo foi feita em cima de muito ódio, ambição, mercantilismo e mais um monte de interesses pouco nobres.
Ao lermos alguns textos que relatam coisas do passado, ficamos vulneráveis a parcialidade do autor. Às vezes, não temos elementos fundamentais para compreender o contexto de determinadas ações, como o sentido de cada ação, o cenário, os pontos de vista, as contradições, entre outros. Facinho me vem em mente uns 4 exemplos de histórias tendenciosas por falta de informação.
Anarquista que sou, me divirto quando a metodologia fria dos que se propõem a contar escondem alguma razões interessantes por baixo do pano, dando uma outra dimensão para a questão.

Estes dias eu li uma pseudobiografia de Janis Joplin. Ela marcou época no fim da decada de 60 com uma voz surpreendente (dita voz de cantora negra em uma branca) e uma postura atípica para os padrões da época. Janis bebia e se drogava bastante, se proclamava Hippie e se vestia como tal. Achei curiosa a descrição da própria sobre uma passagem da vida dela, que mudou o contexto do que eu sabia até então

Evento: Janis havia voltado pra sua cidade Natal, Port Arthur, para tentar se livrar das drogas. Um ano depois ela voltou para São Francisco

Wikipedia

Depois de retornar a Port Arthur para se recuperar, ela voltou para San Francisco em 1966, onde suas influências do blues a aproximaram do grupo Big Brother & The Holding Company, que estava ganhando algum destaque entre a nascente comunidade hippie em Haight-Ashbury

Janis, descrevendo a situação
A maneira que eu entrei no grupo foi engraçada, porque eu não transava há um ano, cara, com quem eu iria transar em Port Arthur? (...) Estava me esforçando na faculdade, como minha mãe queria e chegou um rapaz, velho amigo meu... um gato que eu costumava transar(...) Estava na casa de outras pessoas, e estava sentada lá quando esse gato veio e tomou conta de mim, ele simplesmente se apossou de mim, me atirou numa cama, uau, baby! Ele trepou comigo a noite inteira até esgotar minha energia. No outro dia me entreguei
- Oi
- E aí? Vá pegar suas roupas, acho que vamos para a Califórnia.
Percebi que tinha entrado nesse negócio de rock por um cara que trepava tão bem. Depois que cheguei e comecei a cantar, gostei de verdade. (...)
Soube depois que o empresário da banda mandou aquele gato ir em Port Arthur para me convencer a entrar na banda, ele sabia como eu cantava


Indispensável registrar o fator humano e lembrar que o povo no passado tinha suas razões humanas para tomar as decisões

Um comentário:

Marina disse...

"Influências do blues" é a nova maneira de se falar em sexo?