sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O grande inquisidor - prévia

O título acima nomeou o espetáculo que fui ver quarta-feira, na abertura do principal festival local de teatro. Segundo a sinopse, era baseada em um capítulo de "os irmãos karamazov" de Dostotozin.
Então seguem algumas observações e críticas à peça:

* Por sorte, a peça foi no teatro Santa Isabel (já falei dele aqui). Por azar, era a solenidade de abertura, que como é de praxe, atrasou e entrou pelo horário da peça.

* O homenageado, Joacir Castro, fez um discurso que tinha sua coerência, mas não consonante com um festival de teatro. Basta citar as referências gloriosas a grande revista Caros Amigos, ou as grandes matérias do Le monde. Acho que a partir daí dá pra ter uma idéia do vermelhismo da coisa.

* Curiosamente, a senhora que foi chamada em seguir foi a representante da Caixa, patrocinadora do evento. Pelo visto, foi chamada de supetão, mas até que se saiu bem falando pouco. A pobre deveria estar lá batendo o ponto, mas deve ter achado a peça relaxante, pois dormiu do começo ao fim.

* Em cima da hora eu descobri que era uma leitura dramática, que é exatamente o que o nome sugere. Um ator que vai ler um texto, dramatizando-o. Eu já não sou muito afeito a monólogos, estar em um que seria lido, que limitaria a capacidade do ator (afinal os olhos e parte dos movimentos ficam comprometidos ao segurar e ler papéis).

* Ainda tem outra razão para eu não gostar das tais leituras dramáticas. A interpretação de diálogos pode ficar bastante prejudicada, em se tratando da linguagem teatral. O texto também precisa ser cativante "além dos padrões", além da mensagem precisar chegar clara ao espectador, o que para um teatro grande pode não ser uma regra. Se as premissas anteriores não forem cumpridas, a chance do público viajar na maionese ao invés de viajar no texto é grande.

* Enfim, mas já que a banda ia tocar deste jeito, o jeito era entrar no espírito da coisa.

Sobre a peça em si, na próxima postagem



Um comentário:

Anônimo disse...

a peça deve ser legal.
eu visualizei o cenário. suas descrições fazem uma ótima referência.
mas parei na parte do "vou recitar um verso..." e não recitar.

adoro essa gente.

um beijo querido Zé.