Olhem para os trechos descritos abaixo e tentem captar em que circunstâncias vocês acham que poderiam captar tais impressões. O que todos estes trechos tem em comum. No final eu digo
Apropriar-se da relatividade do tempo, na perspectiva das 24h de um dia, e procurar descrever a existência humana em sua trajetória, (..), com o uso de uma lente que deforma a imagem/existência
[Lente que deforma a existência?]
Parte da idéia metafísica de que é "dentro" que tudo se inicia e se transforma, mas sem descartar a relação inversa, já que o "de fora" também pode influenciar e modificar o interno, revelando o homem criatura.
[Até antes do homem criatura, estava bonitinho]
Celebrando o homem, mas também o condena. Na tragicidade pungente que lhe é intrínseca, decreta a necessidade de ultrapassagem, para lá de todos os equívocos humanismo.
[ Me amarrei na tragicidade pungente que lhe é intrínseca]
Uma viagem entre a força pungente do sonho e o acordar, já que o sonho pode retratar a beleza terrena ante nossos olhos, num esplendor verdadeiramente celestial, mas, também, mostrar temores cotidianos e converter o que é divertimento em puro chiste.
[Pungente é a palavra da moda heim? Também não saquei a ligação entre sonho - temores cotidianos e o problema de converter divertimento em chiste. Mas e daí né, Zé?]
Tirar a roupa é obrigatoriamente nu? Estar despido é mostrar intimidade e identidade? Como estar nu sem estar pelado?
[Vai, acho que dá pra entender o que este trecho quer dizer. Mas estes excessos de confronto de sentido da palavra, principalmente na primeira e na terceira pergunta, fica um pouco patético]
Sabe onde encontrar estas respostas?
Nos espetáculos de dança do festival. São trechos das sinopses. E olhe que eu ainda deixei pra lá uma centena de antíteses que tem nas descrições (o espetáculo que corre entre a luz e a sobra, o controle e a subjetivação, e por aí vai).
Será que não haveria como dar uma dimensão da dança que vai ser executada de uma maneira minimamente objetiva, ao menos para se ter uma idéia real do que se passa?
Agora, com todo respeito, será que quem vai ver um espetáculo de dança consegue sair de lá comentando da idéia metafísica do dentro e do fora, ou da tragicidade intrínseca?
Duvido muito.