terça-feira, 13 de outubro de 2009

Coisas simples

Virou bordão aquela história de "aproveitar as coisas simple da vida".
Imagina acordar, observar a luz do sol entrando no seu quarto e desfrutar daquele momento, as colorações que vão variando dos itens.

Parece conversinha de livro de auto ajuda ditas desta forma, não é?

Aí vem Mário Quintana, o poeta das coisas simples, e consegue retratar desta maneria, no livro "A rua dos cataventos"

Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das veneziana:
Verde!…E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons…acerta…desacerta…
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas cotidianas…

Jogos de luzes dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço…
Pra que pensar? Também sou paisagem…

Vago, solúvel no ar, fico sonhando…
E me transmito…irriso-me…estremeço…
Nos leves dedos que me vão pintando!



Provavelmente ele deve voltar por cá algumas vezes. Eu comprei um livro de poesias deste cidadão que é um dos meus poetas favoritos.

Um comentário:

Rite disse...

Se eu fosse responder sobre a polêmica (do post da inteligência), certamente sairiam textos enormes, analisando casos e mais casos que destoam do que eu falei.
Tenho plena consciência de que eles existem: o que não alivia as minhas agonias. A consciência dói.


Bem, parece que todos nós caímos na autoajuda, em alguma hora. Uns com uma linguagem fantástica pra disfarçar (vide Quintana, Hilda etc.), outros desabafando em blogs, com todo o prazer que a liberdade pode dar.

Sobre as coisas simples, pra mim não há nada melhor do que Alberto Caeiro. "Sentir é estar distraído"; "Ter pressa é crer que se anda além das pernas"; "Há metafísica bastante em não pensar em nada".

Hoje em dia, a gente precisa mesmo recitar uns mantras desses. E ler mais poesia, por favor.