sábado, 12 de dezembro de 2009

Poesia

De uns tempos pra cá eu tenho engatinhado no ramo das poesias. Não é a coisa mais fácil ou natural para um engenheiro (Alguém se lembra de outros poetas-engenheiros além do João Cabral?). O pragmatismo da área anda na direção inversa da subjetividade e sentimentalismo poético. Em suma, o engenheiro-padrão lê um livro de poesias achando que o espaço em branco da página está sendo mal aproveitado porque tem poucas letras.

Bem, eu sigo tentando ampliar minhas fronteiras e vou tentando ler uma coisinha aqui, outra ali.

Mas bem, nem sei por que esta introdução acima. Queria mesmo era registrar este vídeo que eu encontrei no youtube de um dos poetas cujo estilo eu mais me identifico (e que nem é novidade pra quem vê aqui), Paulo Leminski.Neste vídeo abaixo ele cita alguns versos e discorre sobre o que acha de poesia.








"O poeta se define sobretudo pela capacidade de produzir beleza com linguagem"
"A poesia é um inutensílio. (..) querer que a poesia tenha um porquê é a mesma coisa que querer que um orgasmo tenha um porquê"
"Há tanta poesia no receptor como no emissor"


Por sinal, estas três frases tem muito a ver com o que é discutido aqui no blog da Rita, alguém que sabe infinitas vezes mais do assunto do que eu.




Eu na pedreira Paulo Leminski, em Curitiba. Os versos ali atrás são

Aqui
nessa pedra

alguém sentou
olhando o mar

o mar

não parou
para ser olhado

foi mar
pra tudo que é lado

4 comentários:

Rite disse...

Menino, eu sou é enxerida, me meto a discutir poesia simplesmente porque sou apaixonada por ela. Nada mais. Qualquer um que se sentir assim tem mais ainda direito do que eu de se aventurar - tendo em vista meu comprometimento profissional com essa coisa de analisar a linguagem, o que torna tudo meio limitado, às vezes.

Sobre os poetas-engenheiros, gostaria de lembrar nosso querido Joaquim Cardozo, cuja estátua está em uma daquelas pontes que dão pro Recife Antigo. Ele ajudou a construir Brasília e fez uns bons poemas também. Vale a pena conferir.

Sobre Leminski, ele é um dos meus xodós: pelo fôlego com poucas palavras. Cada poeta tem seu estilo e deve ser lido tendo isso considerado. Mas esse louco de bigodes é tão desvairado quando nosso mundo de hoje e tão súbito quanto ele também. Por isso ele é meu preferido dos "contemporâneos".

Hilda Hilst diz que a poesia é "uma espécie de exercício do não-dizer".

Pra mim, a poesia é mesmo um dos maiores mistérios do mundo. O que faz dela ainda mais interessante. Aventure-se, sem medo de ser egenheiro. Mas cuidado com isso de ser poeta. Na maioria dos casos, faz mal à saúde!

Ana B. disse...

conheço mais um poeta engenheiro anônimo...
e ele sofre do mal de complicar tanto a poesia, que ela se torna quase incompreensível de tão engenhosa
e pra entender, eu preciso ficar praticando engenharia reversa, entende?

talvez seja bom saber se dedicar ao hobby sem carregar tantos vícios da profissão/formação

kkkk

Marina disse...

Olha lá, meu poema! Hhauhauhaua! Já declarei meu, tá vendo? "Mar pra tudo que é lado". #owned

Manoela Lemos disse...

Cara, ninguém comentou sobre sua pose infeliz. kkkkk