domingo, 12 de setembro de 2010

Uma tarde no mercado - Parte final

* A banda que tocou no mercado começou com os instrumentos todos desregulados. Depois da segunda música ajustaram alguma coisa. E começou aquela linha bem de mercado, Fagner, Fagner, Zé Ramalho, Paulo Diniz, Pink Floyd... Pink Floyd? Pois é. De repente eles mandaram um Another Brick in the wall, part 2. E, do nada, com guitarra, atabaque e chocalho. A banda mandou uma série de hits clássicos internacionais, com direito a Beatles, Stones, Dire Straits. Isso, sem deixar de lado os sucessos de boteco.

* O microfone do grupo virou quase um karaokê. Passou por lá a cozinheira do bar vizinho, o dono do bar (cantando feelings, uia), até gente que nem sabia que pra se cantar, o microfone precisava ficar diante da boca. Pior para o guitarrista, ter que acompanhar este povo. Com o crescimento do índice alcoólico global, o guitarrista tomou as rédeas. Só tocava o que ele queria.

* Estava chegando a hora do jogo de futebol e decidimos tentar ver na única TV do mercado, que chiava horrores. Além disso, um homem com o chapéu de chifre fazia com que a imagem fosse dividida em três regiões, intra e extrachifre.

* Alguém toca no meu ombro (no mercado, você não sabe o que espera quando se virar). Era um homem na mesa de trás, muito bêbado. Ofereceu cenzão pra apostarmos entre nossos times, me dando a vantagem do resultado de empate. Não aceitei. Ele baixou pra 20 e eu continuei sem aceitar. Para se ter uma ideia do estado dele. Após o começo, ele assistia ao jogo e, por vezes, se virava pra mim e perguntava.
- Como é que tá o jogo?
Ou seja, ele olhava e não via. Quis apostar 100 pilas num jogo que ele mal sabia o que tava se passando. O bêbado apostador é um risco iminente ao seu próprio bolso. Antes do final ele confidenciou que apostou duzentão com outra pessoa nas mesmas condições.
O jogo foi 1x1 e ele perdeu.

* Fim de jogo, nível etílico alto, minha mesa definitivamente se integrou com a mesa do vizinho. Dentre as teorias levantadas, havia a que o homem preferia cachorros e mulheres gatos. Após toda uma argumentação, houve um desfecho.
- É que estas coisas tão bem além da capacidade de compreensão dos homens, você tá me entendendo?
- Não! Ou eu deixo de ser homem!

Fatality.

Bem, esta foi a parte publicável da coisa!

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