domingo, 26 de setembro de 2010

Limites da arte

Existe limite pra arte? Vira e mexe aparecem casos que põem esta pergunta em voga, seja por questões éticas, morais ou até questionando a falta de sentido do que está sendo exposto.

Observem a série abaixo, chamada "os inimigos" de Gil Vicente. Nela, ele ameaça figuras famosas e representativas, que por sua vez ficam sem posição de defesa. Seria uma "resposta" a estas figuras, que deixam o cidadão sem defesa para desmandar tomando decisões questionáveis.

Estes quadros, até segunda ordem, serão expostos na bienal de São Paulo. Até segunda ordem porque talvez o ministério público proíba, por incitação a violência.

Será que é pra tanto? É uma questão que envolve princípios básicos do ser humano e definições que na discussão básica podem ser relativizados, o que gera uma polêmica danada. Pude ver gente afirmando que era coisa de extremo mau gosto até pessoas que se viam no lugar do artista.

Bem, espiem
:D

FHC

Lula

Papa Bento XVI

Kofi Annan (Ex secretário-geral da ONU)


Jarbas Vasconcelos (Ex-Governador de Pernambuco)

Rainha Elizabeth II


Eduardo Campos (Governador de Pernambuco)


George W. Bush

Ariel Sharon (ex primeiro ministro Israelense, hoje vive em estado vegetativo)



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quintanando

Bem, terminei a minha brincadeira com o Quintana que havia citado em postagens anteriores.
Junto alguns poemas do Quintana à fotos que tirei nas minhas andanças por Porto Alegre.

Pena que eu só tive a ideia depois de ter voltado pra minha capital. Ainda sim, foi uma busca divertida. Li pelo menos 4 livro de Quintana umas três vezes. Vi e revi Porto Alegre sob minha ótica e hoje sinto que tenho uma ligação um pouco mais forte com a capital gaúcha (além das pessoas que tenho por lá) graças aos quintanares.

Os links para quem quiser ver
no Flickr (vou passar alguns dos meus álbums lá pra essa plataforma também)

e uns três aqui pra dar uma ideia de como ficou:





Poeminho do contra

Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!




Fim do mundo
Um homem sozinho numa gare deserta
À espera de um trem que nunca vem.
Por fim, vai informar-se no guichê da estação.
Não encontra ninguém...





Vida

Não sei
O que querem de mim estas árvores
Essas velhas esquinas
Para ficarem tão minhas só de as olhar por um momento

Ah! Se exigirem documentos aí do Outro Lado
Extintas as outras memórias
Só poderei mostrar-lhes as folhas soltas de um álbum
[de imagens
Aqui uma pedra lisa, ali um cavalo parado
Ou
Uma
Nuvem perdida,
Perdida...

Meu Deus, que modo estranho de contar a vida.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Versos de quarta - Mario quintana

Confissão

Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece…
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!


Os poetas tem a capacidade de transformar em palavras alguns sentimentos que achamos indizíveis. Me sinto parcialmente trasncrito aí.
Da minha última viagem que eu fiz foi a Portalégri, sua cidade de coração. Arranjei uns livros dele que não tinha e tentei captar um pouco a cidade com os olhos do velho poeta. O resultado eu espero registrar aqui no blog em breve.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Perigos inocentes

Às vezes, os jornalistas se empolgam nos adjetivos

Do Uol:

E eu, que sempre pratiquei este esporte radical na infância sem equipamento de segurança. Dei sorte

[se alguém quiser ver o link, tá aqui]



domingo, 12 de setembro de 2010

Uma tarde no mercado - Parte final

* A banda que tocou no mercado começou com os instrumentos todos desregulados. Depois da segunda música ajustaram alguma coisa. E começou aquela linha bem de mercado, Fagner, Fagner, Zé Ramalho, Paulo Diniz, Pink Floyd... Pink Floyd? Pois é. De repente eles mandaram um Another Brick in the wall, part 2. E, do nada, com guitarra, atabaque e chocalho. A banda mandou uma série de hits clássicos internacionais, com direito a Beatles, Stones, Dire Straits. Isso, sem deixar de lado os sucessos de boteco.

* O microfone do grupo virou quase um karaokê. Passou por lá a cozinheira do bar vizinho, o dono do bar (cantando feelings, uia), até gente que nem sabia que pra se cantar, o microfone precisava ficar diante da boca. Pior para o guitarrista, ter que acompanhar este povo. Com o crescimento do índice alcoólico global, o guitarrista tomou as rédeas. Só tocava o que ele queria.

* Estava chegando a hora do jogo de futebol e decidimos tentar ver na única TV do mercado, que chiava horrores. Além disso, um homem com o chapéu de chifre fazia com que a imagem fosse dividida em três regiões, intra e extrachifre.

* Alguém toca no meu ombro (no mercado, você não sabe o que espera quando se virar). Era um homem na mesa de trás, muito bêbado. Ofereceu cenzão pra apostarmos entre nossos times, me dando a vantagem do resultado de empate. Não aceitei. Ele baixou pra 20 e eu continuei sem aceitar. Para se ter uma ideia do estado dele. Após o começo, ele assistia ao jogo e, por vezes, se virava pra mim e perguntava.
- Como é que tá o jogo?
Ou seja, ele olhava e não via. Quis apostar 100 pilas num jogo que ele mal sabia o que tava se passando. O bêbado apostador é um risco iminente ao seu próprio bolso. Antes do final ele confidenciou que apostou duzentão com outra pessoa nas mesmas condições.
O jogo foi 1x1 e ele perdeu.

* Fim de jogo, nível etílico alto, minha mesa definitivamente se integrou com a mesa do vizinho. Dentre as teorias levantadas, havia a que o homem preferia cachorros e mulheres gatos. Após toda uma argumentação, houve um desfecho.
- É que estas coisas tão bem além da capacidade de compreensão dos homens, você tá me entendendo?
- Não! Ou eu deixo de ser homem!

Fatality.

Bem, esta foi a parte publicável da coisa!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Versos de quarta

Quando digo que vou ir a Porto Alegre

Percebo que estou equivocado

Não pela redundância do verbo

[do gramático chato

Mas pela heresia de usar um termo

Que não é da minha gente

Como um gaúcho, falando oxente

sábado, 4 de setembro de 2010

Uma tarde no mercado - Parte um

Passei à tarde num mercado público municipal, vim aqui relatar uns tópicos da experiência:

* O mercado fica numa região comercial, no centro antigo da cidade. Não é o mais tradicional, nem o mais bonito, mas creio que seja dos mais movimentados. Tem um caráter essencialmente popular, mas também atrai outras pessoas que se atraem pelo clima, além do pessoal que vai pra posar. (Pois é. Ir a mercados públicos populares também é cult!). Apesar de o tempo estar bastante nublado, o mercado estava cheio.

* Havia dois boxes que eram vizinhos e tinham características bem peculiares que se aproximam do estereótipo masculino e feminino. No Box dos homenzinhos, bebidas das mais diversas naturezas no balcão, garçons totalmente descaracterizados, que exigiam certa atenção para se perceber quem era e para piorar, os atendentes se revezavam, provavelmente estavam fazendo bicos por ali. A cerveja, porém, multo gelada durante o dia todo, coisa de quem se preocupa com isso. O Cardápio?

- Tem bode e sarapatel.

* O bar das mulherezinhas era bem organizado, havia mesas forradas com um número indicando o lugar. O cardápio de plástico tinha mais de 10 opções que eu pude ver a distância, a maioria delas poderia ser vista em cartazes pregados ao redor do Box. Dentro, as cozinheiras todas com toucas e um aspecto interno limpo. As atendentes eram mulheres em sua maioria e todas de fácil identificação.

* O lugar estava lotadíssimo. Para que coubessem as mesas todas, foi necessário ficar todo mundo junto e apertadinho. Isso fez com que a interação entre as mesas vizinhas seja relativamente forte e por vezes engraçada.

* Numa destas, uma moça que estava por trás de mim, ao receber novas pessoas a sua mesa e acomodar todo mundo, toca no meu ombro, eu me viro e ela:

- Dá pra você sair daí?

Surpreso, perguntei como quem não entende, pela ousadia, e ela repete.

- Dá pra você sair daí?
Eu ainda mexo minha cadeira um pouco pra frente. Eu não ia deixar de sair do lugar da mesa onde eu estava com meus amigos por um pedido ousado destes. Ainda puxei um pouco a cadeira pra facilitar. Ela então percebe o movimento e se apressa para falar:

- Não! Não é para você sair daí, eu quis saber se dava para você sair daí, caso queira ir ao banheiro.

Tudo esclarecido depois do complemento, mas eu virei a piada do dia.

* No Box dos homenzinhos onde eu estava iniciou uma movimentação de uma "banda". Está assim entre aspas porque tinha um cantor, um guitarrista e só. Eles trouxeram um atabaque que era revezado entre os garçons e o dono do bar (não que eles soubessem tocar, mas enfim). Um deles, por sinal, tocava com um garfo na mão na lateral, estilo de quem toca pagode.

Bem, Como o post ficou grande, vou falar da banda e de outras coisas na segunda parte.