quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Versos de quarta - Carlos Pena Filho

Hoje é dia de ficar com um poema bem Sutil do poeta pernambucano.

A solidão e sua porta

Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o topor do sono que se espalha)

Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha

a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório
lembra-te uqe afinal te resta a vida

com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório

Um comentário:

Anônimo disse...

adoro esse homem.

adoro essas palavras.
um realismo evidente com direito a consolo e tudo.


abracinho broto