Todos me abandonaram, e lá estava eu em minha cadeira, esmagado e humilhado.
"Meu Deus, Então esta é a minha sociedade" - pensava - E que papel de idiota fiz diante deles" Os imbecis imaginavam que me fizeram uma grande honra dando-me um lugar à sua mesa, e não percebem que sou eu, sim, eu quem os honra, e não eles a mim . 'Emagreci!' "A roupa!' Ah, malditas calças! Zverkov notou imediatamente a mancha amarela no joelho. Mas que adianta! Tenho é que me levantar logo desta mesa, apanhar o chapéu e simplesmente ir-me embora, sem uma palavra... Com desprezo! E amanhã desafio-os para um duelo. Covardes! Não lamento meus sete rublos. Eles imaginarão talvez... O diabo que os carregue! Não me importam meus sete rublos! Vou-me embora imediatamente"Evidentemente, fiquei. Para me consolar, bebi copázios de Lafitte e xerez, embriagando-me rapidamente.
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Estes e outros exemplos de como nosso mundo interior é tão diferente do exterior, e até um questionamento interessante sobre "quem é o herói" pode ser visto nas Notas do Subterrâneo, de Fiodor Dostoievski.
5 comentários:
Belo trexo. ótimo autor.
coragem para dentro é algo comum de se sentir. como se fossemos donos do mundo. ou ao menos parentes do dono.
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PS: sobre seu comentário em meu blog, extremamente pertinente, deixo o esclarecimento ao senhor, caso não percebeu eu não padronizei nada. nem generalizei. o termo "uns caras" explica tudo.
abracinho
Que bom agora vou poder dizer que eu já li Dostoievski, tomara que não me perguntem o que eu achei!
Bebida e jogo. Dizia-se ser este o mal dele.
"O Jogador" é bem interessante também.
Gostei dele porque achei nele um "q" machadiano.
Sobre o tema em questão, todos nós somos excelentes atores. Principalmente quanto interpretamos nós mesmos.
Gosto muito de Dostoievski. Certas pessoas têm talento para explorar o psicológico. Muito bom! Li um livro dele, mas não tenho vocação pra cult. hehe
O livro que eu li é "O jogador", citado acima.
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