sábado, 21 de junho de 2014

Desestresses

Aí o dia começa aperreado, cheio de coisa pra fazer, pra responder, sem respeitar os instantes de solidão que a manhã por vezes exige.
Ao alcançar a solidão e o cidadão coloca uma música, daquelas que entra pelo ouvido e faz cócegas no cérebro. Você ri e passa a achar o dia mais bonito.

Não há melhor psicotrópico do que a música

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Novos baianos 2

Começo a gerar um ódio pelos Novos Baianos. Assim como por Chico, João Gilberto e todos aqueles que inventam de fazer músicas com uma harmonia fantástica mas que pra isso exige acordes tão difíceis que inibem todos os violeiros de ocasião a tocar suas músicas

Dá pra perceber que eu tenho parado pra esmiuçar a Como estamos falando em música, o que são os dois cavaquinhos desta música dos Novos Baianos? Quando dois instrumentos iguais estão numa música eu reparo muito a sobreposição de um sobre outro. Com isso não acontece fica uma combinação incrível


sábado, 31 de maio de 2014

Angústia 2

Aí um dia depois de eu colocar a postagem anterior e de Polly mostrar a opinião de Guimarães Rosa nos comentários, hoje aparece na minha timeline do facebook meu querido amigo Mário Quintana opinando também:

Moro em mim mesmo
Não faz mal que o quarto seja pequeno
É bom, assim tenho menos lugares
para perder minhas coisas


quarta-feira, 28 de maio de 2014

Angústia

Minha maior angústia nessa vida é querer ser tanta coisa dentro de um corpo só.
Eu não caibo em mim

Novos Baianos

Se os novos baianos tivessem mantido o ritmo dos primeiros discos eles poderim a mitologia propria de Salvador. Ver o farol iluminar as águas da Bahia, torcer por mais um do Bahia, imaginar o petroléo embaixo da pracça Castro Alves entre tantas coisas. 

sábado, 24 de maio de 2014

Altruismo

Altruísmo, assim como humildade, é uma característica cuja sua auto afirmação é sua própria negação

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Braque

Pra nós, leigos, só Picasso é famoso dos cubistas. Porém, talvez ele não tivesse ido a lugar nenhum se não tivesse um cara como Braque por perto. No início do Cubismo eles se viam diariamente e expunham juntos. 
Qualquer dia eu escrevo mais sobre ele :D

E por que essa pintura abaixo é legal? Até agora não consigo identificar se é 2d ou 3d. A noção de profundidade foi investida aí pra não dar "segurança" a nós, que estamos vendo a pintura.


Bodegón com Uvas; George Braque

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O sonho é popular

Tenho vontade de conhecer Brasília. De lá, escuto o mantra da objetividade turística "Brasília não tem nada pra fazer".
Mas será que as coisas belas precisam ser apenas aqueles quadros belíssimos ou coisas que a natureza passa anos esculpindo?
Será que a arte pode ser funcional e bela ao mesmo tempo, rasgando os céus
Como diz Ferreira Gullar, o sonho é popular



Lições de arquitetura

No ombro do planeta
(em Caracas)
Oscar depositou
para sempre
uma ave uma flor

(ele não faz de pedra
nossas casas:
faz de asa)

No coração de Argel sofrida
fez aterrizar uma tarde
uma nave estelar
                           e linda
como ainda há de ser a vida

(com seu traço futuro
Oscar nos ensina
que o sonho é popular) 

Nos ensina a sonhar
mesmo se lidamos
com matéria dura:
o ferro o cimento a fome
da humana arquitetura 

nos ensina a viver
no que ele transfigura:
no açúcar da pedra
no sonho do ovo
na argila da aurora
na pluma da neve
na alvura do novo 

Oscar nos ensina
que a beleza é leve

Em época de greve da polícia

Uma música do Raul que me faz lembrar nestes momentos


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Quantidade

Um mói tem mais do que um mol

domingo, 11 de maio de 2014

um pouquinho de arte


Violin and pitcher, George Braque

Me amarro nestas técnicas de desconstrução de imagem, bem típicas do cubismo. As coisas estão aí esperando para serem vistas.
teste

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Elvis e Madona

Assisti este filme hoje, da história de amor entre uma lésbica e um travesti.
É algo como uma comédia romântica com personagens pouco ortodoxos. História simples, passagens engraçadas, com algum drama e um desfecho bonito no final.
O que eu queria deixar registrado é que eu tive a impressão de que a maior parte do pessoal que estava presente no cinema esperava uma história pesada, com preconceito latente, brigas e se surpreendeu com uma história engraçada e dinâmica. Talvez até um pouco de preconceito mesmo, como se a história só tivesse que seguir este caminho.
Mas o humor e a leveza surpreenderam

sábado, 2 de junho de 2012

Prerrogativas das boas intenções

Já comentei aqui que tenho como referência primordial com as intenções que as coisas são ditas antes da mensagem em si. A partir do momento que se tem conhecimento suficiente sobre alguém para perceber o que estava por trás do que foi dito, deve-se dar as devidas ponderações.

Por mais óbvio que isso possa parecer, esta regrinha é frequentemente esquecida e o resultado disso são desavenças em questões que claramente poderiam ser resolvidas discutindo e corrigindo o ruído que há na comunicação.

Daí que surge um conceito que julgo importante, a prerrogativa das boas intenções. Por esta idéia, considera-se que, caso determinado ser tenha dito ou feito algo que não tenha caído bem e atingido direta ou indiretamente a ti, a consideração imediata é considerar que a intenção não era nociva.

Antes de discordar, vamos colocar alguns pregos pra pendurar o quadro:

1) Não é qualquer pessoa e, pasmén, não necessariamente amigos. Para gozar deste direito, é necessário que se consiga enxergar a alma transparente do beneficiário, às vezes são pessoas que você nem tem tanto contato assim.

2) Não é sinônimo de perdoar qualquer coisa, de ser excessivamente benevolente ou qualquer indicação de casos extremos. Estes devem ser avaliados à parte. É um conceito médio para pessoas específicas.

3) A consideração é apenas inicial e normalmente merece uma investigação para confirmar as impressões. Posturas mais agressivas tendem a perder o equilíbrio.

A idéia é tomar uma postura inicial mais amistosa, tentar entender o que se passa no cérebro alheio e não fazer um atraso, uma frase dita, uma atitude tomada ou outra atitude questionável, modificar uma impressão mais forte que você tenha sobre a pessoa. A abordagem factual ou de frases literais, pura e simples é pobre. A referência básica pra alguém é o seu conjunto de valores e princípios, é o que deve se tomar como referência.

Normalmente dá certo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Feriado de meio de semana em Olinda

coisas que você vê Olinda em um feriadão com eventos pontuais de música não-comercial nas igrejas do lugar:

* Filas gigantescas para pegar ingressos gratuitos 4 horas antes do show.
* Muita, muita gente, em pelo menos dois trechos onde não acontecia absolutamente nada
* Outro tanto de gente indo desse ponto, que não havia nada, para outro ponto que também não havia nada.
* No único palco aberto onde não se exigia ingresso, espaços para ver o show sentado no chão
* Democracia (ou algo parecido). Vi o show com um amigo e um mendigo do outro lado, reclamando que tinha um cara que entrou justamente na minha frente. Este cara é um vocalista de uma banda famosa

Olinda. Adoro esta cidade por não entender absolutamente nada de lá.
Já falei de Olinda aqui , aqui e aqui

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Diversão

- Hoje é pleno sábado e eu estou de plantão.
- Eita. E de que horas encerra o plantão?
- Às 19h. Mas vou chegar em casa, tomar um banho e sair com as amigas. Vida de solteira de novo agora...
- Ah é? Então fazes bem. É bom pra espairecer. Mas e aí? Vai pra balada?
- Não, vou tomar um sorvete com as amigas :D

~~~~

Pois é. Se divertindo sem ler o manual de instruções

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Psicologia de botequim

Ou, como resolver os problemas pessoais em um ato

De duas atendentes da loja de conveniência de um posto:
- E aquela cliente saiu daqui, muito estressada, reclamando
- Acho que ela tá carente, né?
- Deve tá precisando de uma 'piscicoga'
- Ah, não. O problema dela é sabe o que?
- O que?
- Cola. Vou lá dentro buscar cola de sapateiro pra ela cheirar, num instante fica boa.




sábado, 16 de julho de 2011

Câmbio

De um programa de viagens (Top 5 - fim de semana) da Discovery: Dublou o apresentador americano mas não o artesão brasileiro que estava sendo visitado em seu ateliê. Era o Artesão famoso da região:

- Wow. Quantas coisas bonitas você faz. Esta daqui, quanto custa?
- Essa é 50 Reais, em dollar eu...
- Você acha que 120 dólares paga?
- Bem (coçou a cabeça e pensou). Acho que sim..


E assim seguimos com o PIB crescendo

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Outro dia eu escrevi sobre a banalização do aplauso , que em aglomerações, o povo bate palmas por qualquer coisa, desde que seja induzido a isto.

Lembrei quando a introdução deste vídeo, antes de chamar o convidado. O baterista Miltinho chama Jô para fazer uma correção. Jô, pego desprevenido, tenta se sair com piadas sem graça e o povo ri. Já no final. Miltinho fala umas palavrinhas em Latim (Vox populi, vox Dei) , só pra fechar a frase que tinha dito.

O povo não entendeu, soltou um Ohhhhhhhhh e ainda aplaudiu.

Isso deixa clara uma coisa.Primeira coisa, conquiste sua plateia, seu ouvinte, o resto fica mais fácil. Com uma plateia "ganha". Jô eve todos os recursos pra sair estrategicamente pela esquerda



terça-feira, 12 de julho de 2011

Audições

Ando numa fase onde a parte musical está em alta.


Bem, talvez algo assim já tenha já tenha acontecido com você: um grande artista, que conheces relativamente bem (mas não é da sua panelinha de intocáveis) lança um álbum. Escutas a primeira, a segunda música e nenhuma delas "pega".

- Pô, acho que fulaninho errou a mão, as músicas tão meio (...)

Deleta, e vai pra outro disco.

Atualmente, com tantas opções e disponibilidade, perdeu-se um pouco o hábito de parar pra ouvir um disco e se "acostumar" com ele. Na época do início do CD, o raio de ação era basicamente os discos que você tinha, o que seus amigos poderiam emprestar e as fitas k7. Naquela época, quando eu comprava um álbum que eu não gostava tanto, eu "insistia" um pouco mais, para ver se aproveitava alguma daquelas músicas, já que era aquilo que eu tinha em mãos. Graças a isto, eu consegui não deixar escapar pelos dedos alguns clássicos que não me cativaram na primeira audição.

Que fique claro: o "acostumar" não era no sentido de tolerar, era de gostar mesmo. Às vezes, quando se tratava de uma sonoridade diferente, acontecia de ir buscar mais músicas naquele estilo e ampliava minhas opções. Hoje em dia eu tento resistir um pouco mais a ânsia de deletar e procurar outra coisa, mas reconheço que nem sempre é fácil com tanta coisa boa por aí pra ouvir.

Recentemente isso ia acontecendo comigo. Quase que o Fork in the Road, do Neil Young, escapa sorrateiramente de mim. Ouvi, não "pegou". Uma, duas, três vezes. Reconhecia a qualidade (ganhou até Grammy) , mas não tinha nenhuma música que me embalava. Até que surgiu a primeira música que eu saí cantarolando por aí, a segunda, a terceira.. Hoje, escuto este álbum e tenho a sensação que ele compôs tudo isso no banco de um conversível atravessando as estradas dos EUA com seu carro elétrico
Um rock puro e bem tocado. Percebi que sentia a falta disso assim que a ficha caiu.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Arte às Terças : Ambroglio Lorenzetti

Tenho lido um livro que ajuda os trolhas feito eu a entender alguma coisa de arte, então espero movimentar estas terças subsequentes.

Hoje eu vou comentar dois painéis do Ambroglio Lorenzetti, um italiano que viveu pelo século XIII XIV mais ou menos. Ele se apoiava em alegorias, representações de ideias usando formas humanas, animais ou de objetos.

O primeiro se chama "alegoria de um bom governo"




Este tipo de quadro dele é totalmente simbolista. Mas achei curioso ter uma legenda que "explica" o que é cada coisa. Não dá pra ler neste tamanho pequeno, mas é mais ou menos o seguinte
No "andar de cima", dos anjos: sabedoria na esquerda, fé caridade e esperança
No meio: Justiça na esquerda: Paz, fortaleza, prudência, bem comum, Magnanimidade, Temperança, justiça

Gostei da pose da paz, é a mais largada e a mais entediada na foto. Rebelde e entediada esta paz heim.

Abaixo, é a "alegoria de um mau governo"




Os "anjinhos" de cima representam a avareza, a soberba e a vanglória. Amarrada e triste embaixo, a justiça. Aliás, Sentimentos negativos para maus governantes não faltam né?

Para a nossa ideia de arte atual, a representação tão forte e até descrita "grita" em nosso rosto, o mau governo com cara de capeta mesmo não funcionaria. Mas como alegoria, para o contexto, ficou bem interessante. Essa imagem da justiça amarrada é bastante forte.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Alforria

Não sou muito chegado em postagens desta natureza, mas havia comentado com algumas pessoas que ia colocar um sumário do que foram estes últimos três meses pra mim.

Pra quem não sabe, eu sou doutorando (não médico, de quem faz doutorado). Os doutorados em geral têm uma etapa chamada "exame de qualificação", em que é avaliada sua condição de continuar no doutorado ou não. Para alguns doutorados, é uma mera formalidade. Um artigo enviado, uma pré-banca da tese, onde vai ser avaliado o andamento de sua tese.

No meu caso não, o doutorado é uma prova, ou "a" prova.

São 5 grandes temas escolhidos para a prova, cada tema desse é genérico o suficiente para conter uma disciplina inteira, mas a amplitude da prova permite cair qualquer coisa que envolva o tema. Destes 5 , um é sorteado numa sexta-feira para ser realizada a prova na segunda. 80% do que você estudou não vale nada no grande dia.
Em favor do doutorando, são 5 temas relativos às disciplinas obrigatórias no doutorado. Não há nada exatamente "novo", mas há disciplinas que foram pagas há bastante tempo, outras mudaram de professor e de abordagem dão uma embaralhada nas cartas.

O fato é que o assunto é imenso e essa postagem comenta algumas coisas que aconteceram neste nestes dois meses.
Afastei-me de alguns dos meus meios, notadamente aqui do blog. Não conseguia parar para escrever. Sempre que eu parava as atividades formais, tentava dispersar meu pensamento e escrever no blog sempre foi um exercício de concentração. O cérebro cansado não cooperava muito.

Isso não significa que eu não tinha o que escrever, muito pelo contrário. As impressões estão sempre aí. O fato de ter o que escrever mas não conseguir expressar me angustiava, como se eu tivesse querendo gritar sem um pingo de voz. Aliás, todas as minhas leituras não-acadêmicas ficaram encostadas. Lendo o dia todo, o dia todo, minha leitura universal pré sono rendia umas 5 ou 6 folhas.

Essa condição me deixou na situação curiosa. Apesar de estar estudando muito, de estar pondo muita coisa na cabeça, me sentia cada vez mais burro e limitado. Os conhecimentos de faculdade desta natureza engrandecem, mas dentro de um espectro limitado do que eu já tinha visto e do viés da minha área. Não li, não viajei (quem me conhece sabe da importância disso pra mim), não ouvi músicas novas. Via meu lado subjetivo escorrendo pro limbo. Estive perdendo um pouco a capacidade de transgredir, de reflexões mais profundas, de conseguir ler uma poesia, ter espírito para as coisas leves, gostos apurados. Embrutecia. Como pessoa, isso é muito mais valioso do que saber as condições de uso da função de Durbin-Watson ou as conceituações envolvendo cadeias de Markov.

Eu ganhei um vício mental, um forte argumento pra procrastinação. Frequentemente quando surgia algum problema, vinha na minha mente. "Depois da qualificação eu vejo". Eu não conseguia parar para resolver determinadas coisas, sentia como tempo perdido. Para piorar, eu estava atrasado comparado a todos os meus amigos de curso, isso aumentava a pressão. O ar condicionado do carro quebrou, o pneu parece que está com um prego, o meu violão desmontou, meu tênis tá apertando, o celular novo veio todo desconfigurado, músicas para tocar com os amigos, a cadeira tá desregulada,voltar a fazer cooper e a jogar poker , ajeitar o perfil do facebook, o passaporte, o computador precisando formatar, umas visitas que estou devendo, o quarto uma bagunça... Tudo isso só depois da qualificação.

Aliás, meu quarto está um caso a parte, meu birô tem tanto livro que não tá tendo nem espaço pra escrever, papel pra tudo que é lado. Tá parecendo o quarto do paulo Bruscky


tá vai, meu quarto vai continuar uma bagunça depois da qualificação

A proximidade e o volume de coisas pra estudar me fizeram tomar algumas atitudes mirabolantes em prol do meu estudo. Vi a final do campeonato estudando (tá, só no segundo tempo quando o boi já havia deitado), estudei várias madrugadas de sexta e de sábado. Carreguei resumos para ler enquanto dirigia. Em maio todo e nos 12 primeiros dias de junho, contem 2 dias que eu consegui dormir 8 horas. Saia às vezes à noite e quando voltava estudava. Estudei na fila dos correios. Estudei na emergência duas vezes quando minha mãe sofreu um acidente, abria lá o livro e lia enquanto esperava a vez dela na fila. Não vou me esquecer tão cedo da mulher que tava do meu lado "Cansei de olhar pra lá, vou ficar olhando aqui as matemática do menino" seguido de um monte de pergunta que ela não queria saber a resposta, mas julgava ser fundamental para socializar comigo.

Uma das razões para eu ter que me sujeitar ao ritmo intenso é que, concomitante a estas coisas todas, a vida acadêmica não parou. Dei aulas no estágio-docência, escrevi e traduzi dois artigos, analisei 6 projetos de pesquisa e preenchi a lista de requisitos, além de fazer a arguição sobre minhas impressões. Também tinha que ir três vezes por semana ao laboratório e estudar pra uma disciplina de "tópicos avançados" que tinha 6 alunos e 7 professores na sala para analisar um artigo avançado da área. Os alunos revesavam na apresentação do artigo, cada semana um e quem não fosse apresentar tinha que ler, estudar e opinar do mesmo jeito.
Além disso tudo, um pesquisador internacional veio ao departamento e fez algumas sessões extras com alguns professores, que contaram com alguns alunos para apresentar temas para discussão pra ele. E quem foi convocado para apresentar "alguma coisa para discutir" toda em inglês para o pesquisador e depois apresentar espremendo o inglês?

Não sendo suficiente, ainda tratava de acalmar uns amigos mais nervosos. Via telefone, e-mail, msn, tentava ajudar como fosse . Às vezes, estava estudando algo completamente diferente e parava pra tentar dar uma força a outra pessoa que estivesse com problemas. Isso acabou gerando situações inusitadas. Dois dias antes de sortear um ponto, 23:45, liga um amigo pra mim com uma voz meio pesada:

- Olha, viste a fórmula tal, mas com três variáveis? ela é assim..."
e começou a dizer uma fórmula completamente maluca, que não tinha fim. Respondi
- Isso existe?
- Existe pô. O professor deu em sala de aula e eu tenho certeza que vai cair.
- Certeza?
- É pô, ele falou, vê aí se tu encontra...

Desliguei o telefone e fui procurar a tal fórmula de três variáveis na madrugada. De fato, não existia. Depois eu descobri que ele tinha tomado remédio pra dormir e já tava meio "drogado" nesta hora

Pra dificultar, descobri dois dias antes do sorteio que um dos temas tinha umas 150 páginas que eu não tinha estudado. Preferi não entrar na pilha de ter que estudar em cima da hora (estudar e revisar tem duas conotações bem diferentes nestas horas). Claro, pela lei de Murphy, este tema tinha 99% de chance de ser sorteado e assim foi.
Estudei o sábado inteiro, estudei o domingo inteiro até 1:30 da manhã.

A prova foi agora pela manhã e acho que foi razoável, hoje foi minha alforria!

Foram tempos muito movimentados, estou exausto, mais gordo, mais branco e com mais olheiras, tava num processo de ursopandização. Apesar de tudo que me custou, fico feliz e ter chegado até aqui, de ter avançado significativamente, de ter construído coisas como a a confiança da minha orientadora no caso do pesquisador estrangeiro. Pude ver como me comporto em situações como essa de grandes objetivos e muito esforço pessoal, numa época que premia a malandragem.

Mas a guerra ainda não acabou, descansar um pouco e voltar pra batalha.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Arte às terças - Arte patrocinada

* Vou postar aqui algumas coisas que eu ache bacana de se dividir ou queira registrar pra me lembrar no futuro. Longe de mim ser especialista na área, sou apenas um empolgado aprendiz :D

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A ligação entre arte e o dinheiro é segue uma luta de ideais até hoje. Por um lado, o purismo de fazer uma arte totalmente isenta, não "se vender" para fazer a sua representação de mundo. Por outro lado, quem reconheça que o trabalho do artista também mereça ser reconhecido financeiramente e que vender sua capacidade artística não é nada mais do que um meio de vida.

Meu tio artista me mostrou uma vez uma série de quadro de peixes. Eram de traços rudimentares, de cores primárias, bacana para decoração. Ele falou "Tá vendo este artista? Pinta muito bem, tem quadros lindos, mas tem que fazer destes quadros merda aí pra ganhar dinheiro". Ele não recriminou, colocou o artista como vítima da circunstância.

A intenção não é aprofundar nisso, mas mostrar dois casos filmagens patrocinadas que teriam mais dificuldade de sair do papel se não fosse a iniciativa privada. Elas têm a capacidade de passar as sensações da ação que representa, que é uma das coisas mais legais que a arte pode proporcionar.



O primeiro brinca com o a ideia de voar, que passou de geração em geração na humanidade. Fora a sensação de "vai bateeer, sai daí" que os base jumpers dão passando tão perto e tão veloz pelas pedras. O patrocínio é da Red Bull, cuja marca aparece sutilmente em alguns trechos deste vídeo.




O seguinte é de uma leveza incrível. As imagens, o uso do preto com o azul, as tomadas do mergulho na imensidão são muito lindas. O patrocínio da Sony Ericsson, na minha opinião, é um pouco mais "agressivo". Quando ele saiu do buraco e focou na roupa o "sony Ericsson" bem grande, eu, que estava abstaindo, lembrei logo do meu celular defeituoso. O pior é que nem é uma marca associada a esportes de aventura, como a Red Bull na anterior

Em casos como este, é melhor que não haja evidências de marca. Porém, é melhor que haja e se faça vídeos legais assim do que não tê-los

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Versos de Quarta - Fernando Pessoa

Ainda no processo de reduzir a abrangência da minha ignorância eu parei pra ler um livro de antologia poética de Fernando Pessoa. Já havia lido anteriormente, mas de maneira quase aleatória.
Deu pra perceber melhor a visão geral dele, a diferença entre os pseudônimos adotados (não havia lido sobre o Ricardo Reis) e a coerência da forma da escrita com a formação de cada um.
Peguei um trecho de um poema que não é das consagradas pra ilustrar a postagem. É de Alberto Caeiro, o simples pastor de ovelhas e dá pra perceber um pouco desta simplicidade na estruturação do pensamento dele

Trecho de Opiário

(...) Eu acho que não vale a pena ter
Ido ao Oriente e visto a índia e a China.
A terra é semelhante e pequenina
E há só uma maneira de viver.
Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio "

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Registros do carnaval II

Agora, deixo aqui 5 fotos mais descontraídas

Uma destas figuras da foto não é boneco gigante, adivinhe qual é

Nem as estátuas escapam em época de carnaval

Se pedisse pra mulher fazer o que fez de propósito, não sairia igual

Michael Jackson (??) e trigêmeos da Skol


Sabe aquela alegria do folião quando vê uma câmera e sabe que está ao vivo? Nada melhor do que uma mãozinha







sábado, 16 de abril de 2011

Registros do carnaval - 1

Já passou mais de um mês do carnaval, mas como eu não tive tempo de parar para fazer umas postagens relacionadas, vai agora mesmo.
Vou fazer dois registros fotográficos.
O primeiro tem um teor mais cultural, serve para dar uma dimensão do que é o carnaval pernambucano para as pessoas de fora. Consegui tirar umas fotos de algumas manifestações típicas que desfilam por aqui nos dias de carnaval.
Ah, contrariando o que foi dito nesta postagem daqui, não gastei um centavo pra ver isso, além da passagem de ida e volta :P

Troça carnavalesca

Bloco de frevo-canção

Bonecos gigantes

La Ursa improvisada

Maracatu de baque virado


Caboclo de lança do Maracatu de Baque solto

Caiaporas de pesqueira

Dançarinos de Frevo com a sombrinha típica



terça-feira, 5 de abril de 2011

Biografia

Nas minhas andaças por aí, olha que surpresa eu encontrei.
Minha Biografia em literatura de cordel :D

pense num presentinho que não custou nada mas que valeu muito :D

sábado, 2 de abril de 2011

Haikai dos sábados

Juras de amor na praia
Mar com ciúme
Corações apagados

quarta-feira, 30 de março de 2011

Versos de quarta - Solano Trindade

Solano Trindade é um poeta pernambucano que faz parte do circuito dos poetas. Negro, fez várias poesias sobre as injustiças sociais sobre as questões relacionadas. Também tem uma parcela de poesia com um interessante cunho social, entre outros.

Abaixo uma poesia muito bacana dele. Que tal uma grava colorida, Solano?

GRAVATA COLORIDA

Quando eu tiver bastante pão
para meus filhos
para minha amada
pros meus amigos
e pros meus vizinhos
quando eu tiver
livros para ler
então eu comprarei
uma gravata colorida
larga
bonita
e darei um laço perfeito
e ficarei mostrando
a minha gravata colorida
a todos os que gostam
de gente engravatada...

sábado, 26 de março de 2011

Haikai de sábado

Abraço.
Se o espaço é escasso
Não desfaço