Já comentei aqui que tenho como referência primordial com as intenções que as coisas são ditas antes da mensagem em si. A partir do momento que se tem conhecimento suficiente sobre alguém para perceber o que estava por trás do que foi dito, deve-se dar as devidas ponderações.
Por mais óbvio que isso possa parecer, esta regrinha é frequentemente esquecida e o resultado disso são desavenças em questões que claramente poderiam ser resolvidas discutindo e corrigindo o ruído que há na comunicação.
Daí que surge um conceito que julgo importante, a prerrogativa das boas intenções. Por esta idéia, considera-se que, caso determinado ser tenha dito ou feito algo que não tenha caído bem e atingido direta ou indiretamente a ti, a consideração imediata é considerar que a intenção não era nociva.
Antes de discordar, vamos colocar alguns pregos pra pendurar o quadro:
1) Não é qualquer pessoa e, pasmén, não necessariamente amigos. Para gozar deste direito, é necessário que se consiga enxergar a alma transparente do beneficiário, às vezes são pessoas que você nem tem tanto contato assim.
2) Não é sinônimo de perdoar qualquer coisa, de ser excessivamente benevolente ou qualquer indicação de casos extremos. Estes devem ser avaliados à parte. É um conceito médio para pessoas específicas.
3) A consideração é apenas inicial e normalmente merece uma investigação para confirmar as impressões. Posturas mais agressivas tendem a perder o equilíbrio.
A idéia é tomar uma postura inicial mais amistosa, tentar entender o que se passa no cérebro alheio e não fazer um atraso, uma frase dita, uma atitude tomada ou outra atitude questionável, modificar uma impressão mais forte que você tenha sobre a pessoa. A abordagem factual ou de frases literais, pura e simples é pobre. A referência básica pra alguém é o seu conjunto de valores e princípios, é o que deve se tomar como referência.