Resolvi dar uma volta nesta sexta à noite, algo soft. No cruzamento de duas avenidas relativamente perigosas o sinal está fechado. Reduzo a velocidade para não ficar muito tempo paralisado na esquina.
Observo então um movimento, alguém encostado numa placa de trânsito. É um menino. Moreno, baixo, com roupas já gastas e folgadas, ele estava todo comprimido, com os joelhos flexionados abraçados pelos seus braços e chorando desesperadamente. Analisei aquela cena por uns dois ou três segundos enquanto o sinal permanecia fechado.
Interrompo a descrição por aqui. Pensei em diversas formas de analisar minha experiência. Acho que o que foi escrito até então já é suficiente para fazer um leitor parar um pouco e pensar nas suas próprias reações diantes desta cena.
Não darei nenhuma pista nem qualquer tipo de indução do pensamento.