quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz ano bobo

* Nada mais transcendental do que ouvir a rádio CBN no Reveillon. Meia hora antes da virada havia um debate sobre a escassez mundial dos alimentos e as previsões de seca para o futuro.

* Uma hora depois havia uma entrevista com um conceituado médico sobre a doença do beijo.

* O Reveillon do centro da cidade, comparado a outros anos, tava com mais cara de "enterro do velho ano" do que "nascimento do novo ano". O pouco público que tinha debandou assim que estouraram os fogos.

* Por sinal, a Prefeitura dá um jeito pra fazer um estouro de fogos de 10 minutos. Há uma queima razoável por 3 minutos, e os outros 7 os fogos vão estourando, um por um. Foi tão rápido que quase não consigo fotografar.

* E o que é a oferta/procura. Tava tão minguado que os flanelinhas tavam disputando no tapa para guardar os carros.

* Também não é a melhor coisa do mundo ouvir um cretino fundamental com o microfone, poucos minutos antes da virada, trovejar uma seqüência de frases de efeito de ano novo sem nem prestar atenção no que estava dizendo, pois ele estava verificando o palco enquanto falava.

* Quem sofreu com isso foi quem viu a virada pela globo, tendo que acompanhar a apresentadora dizendo algo do tipo "Você, que está com a família, com os amigos ou até sozinho. Sinta a união do momento".

* Na praia, vi beijos de todas naturezas, mas queria destacar um especial. A menina linda de roxo regurgitar e min depois beijar alguém embrulhou o estômago.

* Ah, e já recebi o primeiro e-mail do ano. Uma propaganda de um portal de vendas com a liquidação da virada.

É, o ano começou

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

última chance

Codaque
Cinqüenta lingüiças
Agora agüenta a freqüência e a conseqüencia

A Platéia assembléia na Coréia  
Apóia a paranóia da jibóia

Abençôo  o enjôo do vôo 
Apazigúe, Averigúe e enxagúee 
crêem no que lêem e no que vêem

Microondas, Manda-Chuva, Fim-de-semana, café-com-leite, ante-sala

Feiúra

Pronto, depois do último suspiro, todas estas regars ortográficas podem morrer em paz

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Onde a ignorância é felicidade

Yet ah! why should they know their fate?
Since sorrow never comes too late,
And happiness too swiftly flies.
Thought would destroy their paradise.
No more; where ignorance is bliss,
it is folly to be wise.


trecho de "Ode on a Distant Prospect of Eton College" de Thomas Gray

link da poesia completa

Bacaninha

Poema nos meus 43 anos

Terminar sozinho
no túmulo de um quarto
sem cigarros
nem bebida —
careca como uma lâmpada,
barrigudo,
grisalho,
e feliz por ter
um quarto.

... de manhã
eles estão lá fora
ganhando dinheiro:
juízes, carpinteiros,
encanadores, médicos,
jornaleiros, guardas,
barbeiros, lavadores de carro,
dentistas, floristas,
garçonetes, cozinheiros,
motoristas de táxi...

e você se vira
para o lado esquerdo
pra pegar o sol
nas costas
e não
direto nos olhos. 

(Charles Bukowski )

sábado, 6 de dezembro de 2008

Alguma semelhança

"Não uso o humor e o sarcasmo pra ser engraçado ou divertido. A questão é de sobrevivência"
Eu

"Ainda escrevo para não ficar louco, ainda escrevo para explicar esta maldita vida "
Burkowski