terça-feira, 10 de maio de 2011

Arte às terças - Arte patrocinada

* Vou postar aqui algumas coisas que eu ache bacana de se dividir ou queira registrar pra me lembrar no futuro. Longe de mim ser especialista na área, sou apenas um empolgado aprendiz :D

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A ligação entre arte e o dinheiro é segue uma luta de ideais até hoje. Por um lado, o purismo de fazer uma arte totalmente isenta, não "se vender" para fazer a sua representação de mundo. Por outro lado, quem reconheça que o trabalho do artista também mereça ser reconhecido financeiramente e que vender sua capacidade artística não é nada mais do que um meio de vida.

Meu tio artista me mostrou uma vez uma série de quadro de peixes. Eram de traços rudimentares, de cores primárias, bacana para decoração. Ele falou "Tá vendo este artista? Pinta muito bem, tem quadros lindos, mas tem que fazer destes quadros merda aí pra ganhar dinheiro". Ele não recriminou, colocou o artista como vítima da circunstância.

A intenção não é aprofundar nisso, mas mostrar dois casos filmagens patrocinadas que teriam mais dificuldade de sair do papel se não fosse a iniciativa privada. Elas têm a capacidade de passar as sensações da ação que representa, que é uma das coisas mais legais que a arte pode proporcionar.



O primeiro brinca com o a ideia de voar, que passou de geração em geração na humanidade. Fora a sensação de "vai bateeer, sai daí" que os base jumpers dão passando tão perto e tão veloz pelas pedras. O patrocínio é da Red Bull, cuja marca aparece sutilmente em alguns trechos deste vídeo.




O seguinte é de uma leveza incrível. As imagens, o uso do preto com o azul, as tomadas do mergulho na imensidão são muito lindas. O patrocínio da Sony Ericsson, na minha opinião, é um pouco mais "agressivo". Quando ele saiu do buraco e focou na roupa o "sony Ericsson" bem grande, eu, que estava abstaindo, lembrei logo do meu celular defeituoso. O pior é que nem é uma marca associada a esportes de aventura, como a Red Bull na anterior

Em casos como este, é melhor que não haja evidências de marca. Porém, é melhor que haja e se faça vídeos legais assim do que não tê-los

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Versos de Quarta - Fernando Pessoa

Ainda no processo de reduzir a abrangência da minha ignorância eu parei pra ler um livro de antologia poética de Fernando Pessoa. Já havia lido anteriormente, mas de maneira quase aleatória.
Deu pra perceber melhor a visão geral dele, a diferença entre os pseudônimos adotados (não havia lido sobre o Ricardo Reis) e a coerência da forma da escrita com a formação de cada um.
Peguei um trecho de um poema que não é das consagradas pra ilustrar a postagem. É de Alberto Caeiro, o simples pastor de ovelhas e dá pra perceber um pouco desta simplicidade na estruturação do pensamento dele

Trecho de Opiário

(...) Eu acho que não vale a pena ter
Ido ao Oriente e visto a índia e a China.
A terra é semelhante e pequenina
E há só uma maneira de viver.
Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio "