sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Princípios de quem não tem princípios

Uma conversa com o mecânico, enquanto ele trabalhava.

Inicia com o mecânico apontando com o queixo para uma loira que passava do outro lado:
- Olha só.
- Hã?
- Aquela loira ali.
- Ah, sim sim. Tinha visto ela na outra sala.
- Gostosa né. Essa calça jeans
- Pois é, ela tá bem. Deve ouvir um monte na rua do povo soltando gracinha.
- Pois isso é uma coisa que eu não faço!

Me surpreendo como ele foi enfático, prossigo.

- Soltar gracinha pra mulher?
- Sim. Aí vem o marido atrás, puxa o braço e "dá-le". Ele vai ter razão. Aqui mesmo teve um caso destes. O marido meteu a mão na cara do rapaz e quando ele foi revidar, puxou a arma.
- Eita. Assim é fácil ser corajoso.
- Olhe rapaz, vou te dizer uma coisa. Se a mulher do meu irmão quiser me dar, eu como. Se mihna irmã quiser me dar. Eu como. Quando eu era mais jovem mesmo eu comi a mulher do pastor, ela tava querendo. Se elas querem dar, eu como. Mas não falo de ninguém na rua! Não falo não, de jeito nenhum.
[ahh tá, claro..]
- Mas isso não pode dar confusão não?
- Poder pode. Mas se elas quiserem dar, eu como. Outra coisa. Eu não falo nada, mas olho! Olho mesmo, se passar aqui na frente eu "fico com as butuca de oio assim ó".
- Mas isso não vai ofender com quem fala não?
- Ofender o que? Que nada. Se veste daquele jeito porque quer. Olho mesmo. E se vier reclamar eu não tenho medo não. Pode ser aqueles 'grandão' de desenho animado. Eu não tenho medo de nada neste mundo, só de uma coisa. Do castigo divino.


Então vamo resumir:
Comentários cretinos na rua para mulher é uma invasão mas olhar descaradamente é um direito garantido seu.
Pegar a cunhada e a própria irmã é lícito, ainda que proibido pela igreja, só que a única coisa que se tem a temer é o castigo divino.
Tá ferrado o homem




sábado, 19 de fevereiro de 2011

Janis

Vou registrar aqui três citações bacanas dela:

"Quando canto é como se eu estivesse tendo uma relação sexual com toda a plateia: o problema é que quando a música acaba, eu volto sozinha para o camarim"

"O blues do negro é sempre baseado na falta de: Estou triste porque não tenho mulher, não tenho dinheiro, nao tenho isso ou aquilo. E não é o que está faltando que faz você infeliz, mas o desejo específico por alguma coisa que não pode conseguir. Não é o não ter, é o querer. O que você gotaria que fosse é o que te torna infeliz; que traz o vácuo e o vazio. Por isso eu bebo"

"O que faço, só interessa a mim, mas acho que o público gosta de ver seus ídolos sofrendo. Especialmente cantores de blues. Eu digo que não vou dar este gostinho a ninguém. Estou aqui para me divertir e vou fazer o máximo para curtir a vida ao máximo"

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

História

Ah, a história!
Todos nós estudamos nos primórdios da educação como a história é bonita. Nas séries mais avançadas, aprendemos como tudo isso era mentira. Descobrimos que a história do mundo foi feita em cima de muito ódio, ambição, mercantilismo e mais um monte de interesses pouco nobres.
Ao lermos alguns textos que relatam coisas do passado, ficamos vulneráveis a parcialidade do autor. Às vezes, não temos elementos fundamentais para compreender o contexto de determinadas ações, como o sentido de cada ação, o cenário, os pontos de vista, as contradições, entre outros. Facinho me vem em mente uns 4 exemplos de histórias tendenciosas por falta de informação.
Anarquista que sou, me divirto quando a metodologia fria dos que se propõem a contar escondem alguma razões interessantes por baixo do pano, dando uma outra dimensão para a questão.

Estes dias eu li uma pseudobiografia de Janis Joplin. Ela marcou época no fim da decada de 60 com uma voz surpreendente (dita voz de cantora negra em uma branca) e uma postura atípica para os padrões da época. Janis bebia e se drogava bastante, se proclamava Hippie e se vestia como tal. Achei curiosa a descrição da própria sobre uma passagem da vida dela, que mudou o contexto do que eu sabia até então

Evento: Janis havia voltado pra sua cidade Natal, Port Arthur, para tentar se livrar das drogas. Um ano depois ela voltou para São Francisco

Wikipedia

Depois de retornar a Port Arthur para se recuperar, ela voltou para San Francisco em 1966, onde suas influências do blues a aproximaram do grupo Big Brother & The Holding Company, que estava ganhando algum destaque entre a nascente comunidade hippie em Haight-Ashbury

Janis, descrevendo a situação
A maneira que eu entrei no grupo foi engraçada, porque eu não transava há um ano, cara, com quem eu iria transar em Port Arthur? (...) Estava me esforçando na faculdade, como minha mãe queria e chegou um rapaz, velho amigo meu... um gato que eu costumava transar(...) Estava na casa de outras pessoas, e estava sentada lá quando esse gato veio e tomou conta de mim, ele simplesmente se apossou de mim, me atirou numa cama, uau, baby! Ele trepou comigo a noite inteira até esgotar minha energia. No outro dia me entreguei
- Oi
- E aí? Vá pegar suas roupas, acho que vamos para a Califórnia.
Percebi que tinha entrado nesse negócio de rock por um cara que trepava tão bem. Depois que cheguei e comecei a cantar, gostei de verdade. (...)
Soube depois que o empresário da banda mandou aquele gato ir em Port Arthur para me convencer a entrar na banda, ele sabia como eu cantava


Indispensável registrar o fator humano e lembrar que o povo no passado tinha suas razões humanas para tomar as decisões

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Chaves

Lanchonete Subway, 23h50min de uma Sexta-feira. Procurava o sanduíche do dia no cartaz.

- Ah, presunto não. O cara sair de casa pra vir aqui na subway comer sanduíche de presunto? É o sanduíche do Chaves! E ainda tem gente que compra, e ... ( outras e outras pragas..)

Então um homem na minha frente, se vira e olha fuzilando. Baixo o tom das críticas, mas mantenho o "eu não comeria"

Chega a vez do homem e ele pede "um de presunto, do grande e o atendente ouve as instruções, monta o sanduíche, faz tudo direitinho.

Chega a hora de pagar e eu ouço o diálogo
- Senhor, custa X.
- Acho que há um engano, este sanduíche é o da promoção, custa Y
- Não senhor. Passamos de meia-noite, o sanduíche agora é o de peito de peru.

Tenho certeza que este homem qd encostou a cabeça no travesseiro ouviu um eco
"Sanduíche do Chaves ... Sanduíche do Chaves ... Sanduíche do Chaves"

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Das fotos que não tirei

Era um show de rock. Mais do que isso, era um show de punk Rock.
Seguia toda aquela desordem típica deste tipo de show, se formou uma roda de pogo pra o pessoal dançar e tudo mais. Mas havia uma figurinha excêntrica lá no meio. Um dos fãs da banda estava lá de terno e gravata, no meio da confusão. Ele lembrava um pastor, flanelinha de cinema ou qualquer coisa assim. A roupa formal dele se destacava no meio dos seus iguais.
Só de imaginar a cena, provavelmente já deve passar pela mente de cada um uma boa foto. Na minha, pude ver um lance que ficou especial.
Eu subi num banco de rua que me deixou num plano mais alto do que o povo, meio numa diagonal. De lá, ficava um nível acima da massa. Em determinada música. O moço de terno e gravata subiu nas costas do outro, ficou de costas pro palco (mas alinhado com o vocalista) e movimentava os braços entusiasmado como quem estivesse regendo (ou pregando) aquela massa.
A cena seria essa então, um nível um pouco acima do palco, na diagonal, o povo pulando em êxtase, o vocalista berrando qualquer coisa e logo abaixo, na altura do joelho do vocalista, o moço empolgado.

Ai ai, que falta faz uma câmera nestas horas. Sempre escrevo nessa tag com uma dor no coração :D

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Versos de quarta - Cíntia Moraes

Nem vá buscar no google quem é. É uma amiga minha que também tem um blog, o asneiras aleatórias .
Bonitinho e rapidinho. Quem tem insônia, como eu, se identifica rapidinho

deito
levanto

deito
levanto

deito levanto

e

pra amanhecer

falta tanto