quarta-feira, 31 de março de 2010

Referências que vão

Eu adoro esporte. Já pratiquei os mais diversos nesta vida e sou "menos feliz" hoje por estar praticando apenas a minha corrida, pôquer e o vôlei de praia nos fins de semana. Porém, o que mais me chama atenção nesta atividade não é exatamente as evidências ou a factualidade que os cretinos fundamentais costumam exaltar, a vitória do meu time, as fofocas sobre determinado atleta, a pujança momentânea, algum tipo de sentimento de superioridade desmedida. Na minha ótica, a vitória não é o objetivo pelo qual eu acompanho, mas a mola propulsora que motiva os rivais a fazerem o melhor de si. As batalhas mais épicas que eu pude assistir podem ser consideradas como um filme cujo final ainda não foi escrito no momento e que nem sempre o mocinho comemora.

Adoro as sutilezas do esporte e enxergo tudo como em um espetáculo: gosto da precisão dos movimentos, do uso da técnica com maestria, da superação, da entrega. Como tudo que envolve técnica contém arte na sua execução, muitos artistas de outras áreas como a literatura, a pintura, escultura tentaram recodificar a linguagem do esporte dentro do seus respectivos âmbitos. Muitos exemplos estão por aí, mas vou me ater a parte literária por enquanto.

Nesta segunda-feira, conforme noticiado por aí, o maior gênio literário na arte de transformar o esporte em poesia partiu. Armando Nogueira. Tudo que eu descrevi aí em cima, Nogueira fazia frequentemente em suas colunas e ele foi uma das minhas referências que me ensinou a ver as coisas desta maneira. Tratava o futebol com uma delicadeza e uma classe incomum, principalmente se tomarmos como referência o panorama atual . Na década de 60, ele compôs uma mesa redonda com o Nelson Rodrigues (que nunca foi citado até nesta postagem), João Saldanha e outras feras. Imagine, uns feras da literatura enxergando o esporte e entregando para o espectador de uma forma por vezes engraçada, outra poética, mas sempre relevante.

Em referência ao mestre, vou deixar registrada algumas frases que ele nos deixou (retiradas do blog do Juca Kfouri) para dar uma noção de sua "pegada" nas crônicas que escrevia. Percebam na delicadeza que hoje nem existe mais para a crônica esportiva:

"Voce pode elogiar sem bajular e criticar sem ofender"

“No futebol, matar a bola é um ato de amor. Se a bola não quica, mau-caráter indica.”

“Tu, em campo, parecias tantos, e no entanto, que encanto! Eras um só, Nílton Santos”.

“Gol de letra é injúria; gol contra é incesto; gol de bico é estupro.”

"A tabelinha de Pelé e Tostão confirma a existência de Deus.”

“Deus castiga quem o craque fustiga”.

” Se Pelé não tivesse nascido gente teria nascido bola”.

“o bom jogador vê a jogada, o craque antevê”,


sábado, 27 de março de 2010

Haikai dos sábados - Dúvida

Luz no horizonte negro
Será uma estrela-anã
Ou um vaga-lume gigante?

quarta-feira, 24 de março de 2010

Dribles numéricos

W: É um jogador indispensável. É o grande artilheiro do ano da sua equipe e sondado para jogar pela seleção na copa do mundo. Esta temporada tem a oportunidade de bater um recorde do clube

R: É um jogador cujos números pesam contra si. Ele esteve de fora em 9 partidas da sua equipe este ano e, sem ele, o time obteve 9 vitórias. Algumas, por sinal, com atuação destacada do seu substituto. É o caso do treinador pensar duas vezes sobre sua permanência.

Os dois casos acima servem apenas como um exemplo de uma brincadeira argumentativa. W e R são a mesma pessoa, o atacante inglês Wayne Rooney. Dependendo do ponto de vista que se os dados são apresentados, você pode mudar a perspectiva de uma questão. Por estas e outras que a imparcialidade não existe.

No futuro eu pretendo registrar aqui uns trechos de um livro que trata de algo assim.




sábado, 20 de março de 2010

Haikai dos sábados - Isn't hard

Tough
Is not
Enough

sábado, 13 de março de 2010

E nem é programa humorístico

Queria registrar esta matéria que li no Terra

Vocês se lembram do Gilmar Mendes, não é? O chefe do supremo que se tornou conhecido ao conceder um habeas corpus ao lobista Daniel Dantas e encaminhar o juiz ao CNJ. Ele foi substituído na chefia do grupo por Cezar Peluso, que tem uma tendência mais moderada.

Este cidadão, em entrevista recente, defendeu a diminuição das férias dos magistrados, de dois períodos de 30 dias para um só, como é regulamentado na maioria dos empregos.
Tudo muito legal, se não fosse mexer no vespeiro que é o mundo corporativista dos juízes. A Associação dos Magistrados já enviou uma nota oficial à imprensa para se posicionar contra este absurdo que são apenas 30 dias de férias. Se quiserem ver a nota oficial, tá no link do Terra lá em cima. Aqui eu vou colar alguns dos argumentos


O regime de férias da magistratura nacional, fixado pela Lei Complementar (...) não reconhece qualquer duração de jornada para os juízes, os quais, habitualmente, extrapolam, e muito, a jornada legal fixada na Constituição Federal (...). Some-se a isso o fato de os magistrados não poderem exercer nenhuma outra atividade remunerada, a não ser o magistério. (...) Além disso (...), não raro os Juízes se utilizam de parte substancial de suas férias para manter atualizadas as suas atividades jurisdicionais,

Observe que no começo do argumento o regime de trabalho não reconhece duração na lei, mas no fim, para justificar as horas extras ele invocam a jornada fixada. Coisa do tipo "a lei só serve de argumento quando é ao meu favor". Além disso, não é exclusividade do juiz as horas extras, nem a necessidade de atualização e muito menos a impossibilidade de outra atividade, ainda que esta dificuldade seja temporal.

Tá, é natural que uma entidade de classe defenda os interesses de seus integrantes e que argumentar contra este "excesso de férias" é meio que defender o indefensável. Esta manobra nada mais é do que uma ação no intuito de endurecer discussões futuras e tentar, no mínimo, roubar alguma lasquinha e manter algum tipo de privilégio.

Ah, negociações, debates. Acho que escrevo sobre isso mais adiante

Ps: Eu escrevi isso na quinta e vi na sexta de manhã que havia uma postagem relacionada no acerto de contas. Com as opiniões de mais um monte de gente

quarta-feira, 10 de março de 2010

Cultivando a ignorância

Se você está explicando, você está perdendo

Ditado político dos Estados Unidos

sábado, 6 de março de 2010

Eufemismos



Do Terra
Plus size? Então em inglês fica mais sutil né?.
Link

quarta-feira, 3 de março de 2010

Carnaval - 5 curtas

* Se você esta coluna até aqui é porque não gosta de carnaval
De uma colunista local descolada, no momento mais feliz de sua coluna com o tema urinar na folia

* Valeu pessoal, esta é a nossa banda. Espero que tenham gostado e desculpa qualquer coisa
Pedir desculpas depois de tocar? Exageraram no realismo (ou na humildade)

* A moda marginal agora não é só descolorir o cabelo no carnaval. Além dos cortes que formam estranhos desenhos, há uma forte tendencia de pintar o cabelo de vermelho, verde ou roxo, se utilizando das marcas mais famosas de papel crepom.

* Pessuau, deu aqui um pobrema na lui, mai já já arrenti resolve. Fique tronquio. Prefeitura do Ricifi, prefeito Juão Paulo.
Seria difícil arrumar um apresentador com o mínimo de fluência em português?
[Para quem não é do Recife, o tal João Paulo hoje é ex-prefeito e brigado com o prefeito atual, João da Costa ]

* Toda mulher merece um carro do ano e 20.000 reais por mês para gastar com lingerie. E o homem que discordar merece ser corno! Eu digo e afirmo, pois sou o maior 'adevogado' das mulheres.

Reginaldo Rossi, cujo show eu fui assistir [pasmén], num bairro de risco [pásmen²], num dia que choveu [pásmen³] e ainda regurgitaram no meu pé [priceless]

[isso me lembra um certo blog perfumado :D]